Em áudio vazado, diretor do Minas diz que só demitiu Maurício para “protegê-lo” e chama LGBTs de radicais

O diretor de vôlei do Minas Tênis Clube, Elói Lacerda de Oliveira, afirmou, em um áudio vazado na internet, que Maurício Souza foi demitido para proteger o atleta e o clube de perseguição, e não por homofobia. Com informações do Globo Esporte.

Ele não foi mandado embora porque ele é homofóbico, porque ele não é homofóbico. O que ele falou foi uma declaração pessoal dele. Ele foi mandado embora para a proteção dele. E ele recebeu integralmente o salário dele e a proteção do Minas“, disse Elói. Em meio à falta de consenso que havia sobre o desligamento de Maurício, o diretor do Minas disse em áudio que a pressão era grande, mas que o atleta recebeu os salários a que teria direito no contrato. “Nós fomos obrigados a dispensar o Maurício, se não ele seria destruído, tá? E que todos saibam que nós pagamos o contrato dele integral até maio. Ele não ficou desamparado. Ele recebeu o salário dele todo antecipado e nós fizemos isso porque nós não tivemos apoio”.

Em seguida, o dirigente diz que a comunidade LGBTQIA+ é radical. “A gente tem que aprender a ser proativo e não reativo. Essas comunidades radicais elas são ativas. Eles foram na presidência da Melitta na Alemanha, eles foram na Fiat em Betim, lá na Itália, tá certo? E nós ficamos literalmente rendidos, tudo o que nós fizemos nós fizemos a gente era de simplesmente derrotados, porque haviam milhares de manifestações contra o Minas, contra o Maurício“, afirmou Elói. Procurada, a assessoria do Minas disse que não se pronunciaria sobre o áudio.

Na sexta (29/10), um grupo de 20 parlamentares, representantes das causas LGBTQIA+, protocolou uma representação no Ministério Público de Minas Gerais contra Maurício. Além da representação, os parlamentares notificaram o Facebook, solicitando uma reunião para tratar dos posts homofóbicos do atleta no Instagram. Entre os pedidos no MP, os parlamentares querem que seja aberta uma ação penal pública contra o jogador por incitação do preconceito e discriminação homotransfóbica. Além disso, pedem uma indenização por dano moral coletivo a partir de R$ 50 mil e a exclusão das postagens homofóbicas das redes de Maurício.

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Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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