Dani Calabresa, Bento Ribeiro e MTV são condenados a pagar R$ 15 mil por ofensa homofóbica a colunista social

Os humoristas Dani Calabresa e Bento Ribeiro foram condenados a indenizar em R$ 15 mil o colunista social Marcelo Bandeira por ofensa homofóbica dita ainda quando apresentavam o telejornal humorístico “Furo MTV”, em 2011. Além dos comediantes, a emissora também foi condenada a pagar a o valor da indenização em conjunto.

Na ocasião, em 2011, Dani e Bento fizeram comentários sobre gafe cometida pela apresentadora Claudete Troiano, do programa “Manhã Gazeta“, da TV Gazeta. Marcelo participava de quadro do programa e foi chamado pela dupla de “a bicha que trabalha com ela” e “ajudante homossexual”. Dizendo ter sido humilhado e ridicularizado, o colunista entrou na Justiça contra os humoristas e a emissora exigindo uma indenização por danos morais de R$ 272,5 mil. “Os requeridos [Dani e Bento] têm uma atitude agressiva, pejorativa e agem frequentemente com preconceito para com homossexuais, obesos e feios“, afirmou a defesa do colunista.

Dani Calabresa se justificou ao dizer que piadas sobre orientação sexual eram aceitas normalmente na época de exibição do programa. “Bicha era uma expressão totalmente aceita à época“, completou. A humorista disse que o conteúdo humorístico jamais “desabonou ou denegriu” o colunista. “Deve-se ter em mente que o humor, além de ser marcado pela descontração, usa como ferramentas o exagero, a hipérbole, o óbvio, o absurdo“. A defesa afirmou que condenar artista por piadas seria censura. 

Bento disse à Justiça que não tinha qualquer ingerência sobre o conteúdo do programa, atuando meramente como apresentador daquilo que os roteiristas elaboravam, e também citou a liberdade de expressão. Já a Abril, proprietária da MTV Brasil, disse que pode-se até considerar que o conteúdo do programa era de mau gosto, “mas não houve ataque pessoal com o propósito de ofender o colunista“.

A juíza Daniela de Paula não aceitou a argumentação. “Evidentemente, o tratamento dispensado ao autor [do processo] é ofensivo. Termos como ‘bicha’ desvelam ojeriza à orientação sexual de pessoas homossexuais“, afirmou na sentença. “Ainda que os réus aleguem que as falas seriam jocosas e não teriam intenção de ofender, os comentários direcionados ao autor constituíram notória ridicularização de sua identidade. A homoafetividade, historicamente marginalizada, deve ser protegida de comportamentos degradantes”.

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Felipe Sousa

Felipe é redator do Pheeno! Focado em explorar cada vez mais a comunicação em tempos de redes sociais, o carioca de 25 anos divide seu tempo entre o trabalho e a faculdade de jornalismo, sempre deixando espaço para o melhor da noite carioca!

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