Foto: EFE/EPA/Vatican Media

Papa Francisco diz que homossexualidade não é crime, mas reforça que Igreja trata como pecado

Papa Francisco defendeu a descriminalização da homossexualidade e disse que a Igreja Católica deve agir para acabar com “leis injustas” que afirmam o contrário. Em entrevista à Associated Press publicada nesta quarta-feira (25/01), porém, o pontífice reforçou a posição doutrinária que trata a homossexualidade como pecado.

Ser homossexual não é crime“, disse Francisco“Não é crime. Sim, mas é um pecado. Tudo bem, mas primeiro vamos distinguir entre um pecado e um crime. Também é pecado não ter caridade com o próximo“, acrescentou o pontífice argentino. Francisco reconheceu que os bispos católicos em algumas partes do mundo apoiam leis que criminalizam a homossexualidade ou discriminam a comunidade LGBTQIA+, e ele mesmo se referiu à questão em termos de “pecado”. Mas atribuiu tais atitudes a origens culturais e disse que os bispos em particular precisam passar por um processo de mudança para reconhecer a dignidade de todos. “Estes bispos têm que ter um processo de conversão”, disse, acrescentando que devem aplicar “ternura, por favor, como Deus tem por cada um de nós”.

De acordo com o Human Dignity Trust, organização sediada em Londres que mapeia direitos e desafios dos LGBTQIA+ pelo mundo, ao menos 67 países e territórios criminalizam a atividade sexual entre pessoas do mesmo sexo. Em 11 desses países, homossexuais podem ser punidos com a morte. Francisco descreveu essas legislações como “injustas” e disse que a Igreja Católica pode e deve trabalhar para acabar com elas. “Somos todos filhos de Deus, e Deus nos ama como somos e pela força com que cada um de nós luta pela nossa dignidade“.

Apesar do Catecismo da Igreja Católica se referir à homossexualidade como “atos de grave depravação” e os descrever como “intrinsecamente desordenados“, Francisco defende que homossexuais “devem ser aceitos com respeito, compaixão e sensibilidade” e afirma que “todo sinal de discriminação injusta em relação a eles deve ser evitado“. A Igreja Católica ensina que a homossexualidade é um pecado, mas argentino implantou uma postura mais aberta ao longo de seu pontificado.

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Felipe Sousa

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