Brasileira trans morre após cair de varanda de prédio na Itália; família acredita em assassinato
A família da transexual brasileira que morreu depois de cair da sacada de um prédio na cidade de Rimini, na Itália, acredita que Bruna Cancio dos Santos, de 36 anos, foi assassinada. O caso aconteceu na última quinta-feira (25/05) e foi reportado aos parentes dela, por agentes italianos, no mesmo dia.
Segundo as primeiras informações, todas as possibilidades estão sendo consideradas – desde suicídio até homicídio. No apartamento de onde ocorreu a queda não havia ninguém na hora que os agentes chegaram. Os testemunhos de vizinhos são considerados confusos, porque alguns dizem que havia uma segunda pessoa na sacada na hora do fato e outros disseram que ela estava sozinha. Parentes acreditam que Bruna foi assassinada, mas aguardam o laudo da autópsia para terem mais pistas sobre o que aconteceu.
“Ao que tudo indica, foi um homicídio. Havia sangue, vidros quebrados, marcas nos braços dela que indicam luta corporal, mas eles [investigadores] estão vendo todas as possibilidades. A gente está esperando o laudo para saber ao certo se ela foi jogada lá de cima, se ela já caiu sem vida… A gente está arrasado, esperando justiça“, afirmou Beatriz Doria, sobrinha de Bruna, ao jornal O Globo. Segundo ela, a família tem recebido apoio da prefeitura de Marituba e do consulado para entender os trâmites legais.
Beatriz conta que Bruna se mudou para a Itália há pouco menos de dois anos, em busca de melhores condições financeiras para a família. “la ajudava toda a família, pagava os nossos estudos, fazia tudo pela minha avó. Ela sempre tentou dar uma vida melhor para a nossa família, conseguiu dar, mas infelizmente aconteceu isso“, lamentou a sobrinha. “Ela sempre foi incrível, muito amada por todo mundo. Era o nosso grande amor, o nosso orgulho. Todos estão ajudando como podem, mas a gente precisa de uma resposta da Itália [sobre o que aconteceu]. Isso não pode ficar assim“.
O corpo de Bruna vai passar por uma autópsia para indicar a causa da morte. Além disso, os policiais coletaram imagens de câmeras de monitoramento na região para ver quem era a pessoa que estava com a vítima no apartamento.
O caso aconteceu apenas um dia depois de outra brasileira trans ser agredida por policiais em Milão. Na ocasião, três agentes lançaram gás de pimenta na mulher, a chutaram e bateram em suas costelas e na cabeça com um cassetete. As agressões aconteceram próximo a uma escola primária da cidade, foram registradas por uma testemunha. As imagens viralizaram nas redes sociais.