Conferência Nacional de Saúde aprova fim de cirurgia em bebês intersexo: “Uma conquista”
A 17ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), que aconteceu em Brasília na última semana, trouxe uma conquista importante para a população intersexo: foi aprovada o fim da cirurgia em bebês que nascem com ambos os orgãos genitais externalizados.
Antigamente chamados de hermafroditas, crianças que nasciam intersexo passavam por procedimentos cirúrgicos nos primeiros dias de vida para atribuição de um gênero, mesmo não existindo justificativa médica para urgência dos procedimentos. Feminino, caso a família e profissionais optassem pela manutenção de uma vagina, ou masculino, caso a escolha fosse por um pênis.
De acordo com o Terra, as resoluções da conferência servirão de base para a elaboração e manutenção de políticas públicas de saúde com foco no SUS durantes os próximos anos governo, tendo validade em todo país. “As novas diretrizes e propostas aprovadas representam uma conquista notável para o movimento intersexo. A realização de cirurgias de imposição de gênero em bebês intersexo tem sido uma prática prejudicial, privando essas crianças de sua integridade e desenvolvimento pleno e natural” afirmou a Associação Brasileira Intersexo, em artigo publicado em seu site.
Segundo o Relatório da 17ª CNS, que teve como tema “Garantir direitos, defender o SUS, a vida e a democracia – Amanhã vai ser outro dia!”, entre as propostas aprovadas estão a proibição de tais cirurgias em crianças intersexo, assim como a promoção de campanhas contra a patologização e invisibilidade de pessoas intersexo em serviços de saúde e na sociedade como um todo.
A luta da comunidade intersexo é para que, caso seja um desejo da família ou da própria criança, os procedimentos aconteçam no tempo correto e com todas as informações ofertadas.