Multidão de extremistas anti-LGBT invade Parada do Orgulho na Geórgia e acaba com evento

A Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Tbilisi, capital da Geórgia, precisou ser cancelada as pressas após um grupo de extrema-direita com mais de 2 mil pessoas interromper o evento, na tarde de sábado (08/07). Os extremistas destruíram e queimaram bandeiras de arco-íris, cartazes e a estrutura montada para a celebração.

Segundo o vice-ministro do Interior da Geórgia, Alexander Darakhvelidze, houve uma dificuldade de policiamento, pelo festival ter acontecido ao ar livre: “Ninguém se feriu e a polícia está tomando as providências necessárias”, disse à imprensa. Os organizadores da Parada do Orgulho, no entanto, acusam as autoridades do país de conspirar contra o evento, devido ao pouco policiamento disponibilizado para fazer a segurança — o que facilitou a atuação do grupo de extrema-direita.

Em uma declaração abordando o incidente de sábado, organizadores da Tbilisi Pride criticaram a aplicação da lei por não “usar força proporcional e medidas contra os agressores” . Os organizadores disseram que a polícia não conseguiu dispersar a multidão de direita e, em vez disso, “obrigou” os participantes da Parada a “deixarem a área com um transporte que havia sido preparado anteriormente”. 

A Tbilisi Pride acredita que o ataque foi uma “operação bem planejada e orquestrada em conjunto” pelo Ministério de Assuntos Internos da Geórgia e pelo grupo de extrema direita Alt Info, afiliado à Rússia. Segundo o portal de notícias Civil Georgia, o líder do Movimento Conservador, Zurab Makharadze, avaliou o incidente como uma “vitória” e disse: “Agora, o mais importante para o nosso povo é não ser preso”.

Mariam Kvaratskhelia, co-diretora da Parada, publicou nas redes sociais que grupos de extrema-direita estavam incitando publicamente atos violentos contra ativistas LGBTQIA+ nos dias antecedentes ao evento. Ela disse que a Parada do Orgulho só não terminou em uma tragédia ainda pior porque eles perceberam a chegada dos extremistas e os participantes do evento conseguiram se esconder.

A página oficial da Parada chamou os extremistas de “grupo de radicais violentos de Putin”, e disse que após a destruição o grupo não foi detido pela policia. “Em vez disso, eles continuaram a festejar no recinto do festival, com champanhe”

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Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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