Turista português é preso por 19 dias na Turquia por “parecer gay”

TURQUIA – Um jovem português foi preso na Turquia por “parecer gay”. O site Correio Braziliense informou que Miguel Álvaro Pereira, 34 anos, estava a passeio em Istambul, quando, em 25 de junho, dia em que ocorreu uma tentativa Marcha do Orgulho LGBTQIAP+ na cidade, ele pediu informação a um policial na rua, com intuito de chegar a um bairro turístico, e acabou preso por aparentar ser gay.

Na ocasião, os policiais entenderem que ele estava associado aos protestos onde mais de 50 pessoas foram presas em decorrência da marcha LGBTQIAP+, incluindo Miguel. Depois de ser detido, o turista passou por quatro prisões do país no Oriente Médio e chegou a viajar mais de 17 horas para chegar em um desses presídios.

Miguel foi espancado, hostilizado e compartilhou cela com outros criminosos. Na última prisão em que esteve, dividiu o espaço com outros seis presos, em um ambiente com lençóis sujos de fezes e urina espalhada: “Foi a pior experiência da minha vida. Ainda não me parece verdade que fui preso por estar na rua”, desabafou o português ao portal Dezanove, de Portugal.

Durante os 19 dias, Miguel não trocou de roupa e, por diversos dias, ficou sem receber alimentos e sequer água: “O meu amigo do Irã usava um kilt quando foi detido, eu usava uma blusa, foram essas as roupas que usamos durante 20 dias”, disse. “O meu conselho para qualquer pessoa gay ou não é: não vá à Turquia. É absolutamente terrível. Eles não têm respeito pelos direitos humanos”, afirmou Miguel.

O português de fato é gay, mas não infringiu nenhuma lei local e, segundo afirmou ao site português, sequer sabia da realização da marcha do orgulho naquele dia. Após os 19 dias, Miguel conseguiu ser deportado para Portugal e, de lá, seguiu para São Paulo, onde mora atualmente. Mesmo não estando envolvido com as manifestações, o turista foi proibido de entrar na Turquia por três anos.

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