Esperança: mutação genética pode limitar replicação do HIV

Um trabalho publicado na revista Nature em 2 de agosto revelou que alguns indivíduos com ascendência africana podem ter maior resistência ao HIV a partir de uma variação genética com propriedades que não tinham sido descritas até o momento. Os pesquisadores que chefiaram o estudo, ligados a universidades de cinco países de língua inglesa, estimam que entre 4% e 13% das pessoas com origem africana carregam a mutação. As informações são da Agência Aids.

A pesquisa foi feita a partir do material genético de 3,9 mil indivíduos que vivem com o tipo mais comum de HIV, o 1. Ela apontou que a variação em um gene chamado CHD1L parece garantir uma maior resistência ao vírus, impedindo sua replicação e mantendo a carga viral em níveis baixos. O gene CHD1L é conhecido por sua capacidade de reparar células reproduzidas com DNA danificado.

Esta mutação é diferente de uma outra já conhecida, a CCR5: variação genética impede que o vírus entre nas células de defesa do corpo e se multiplique. O processo acontece como uma chave e fechadura — com a mudança no gene, o HIV não consegue se encaixar no linfócito e invadi-lo. A CCR5 é a responsável por todos os casos de pessoas que se curaram do HIV conhecidos até agora, e está ligada ao transplante de medula óssea nesses pacientes — aproximadamente 1% da população mundial possui a mutação.

Os portadores da CHD1L tinham HIV, mas os exames mostravam cargas virais baixas no organismo. Por isso, o sexo com uso de preservativo e outros cuidados de prevenção ao vírus continuam sendo recomendados. A identificação da mutação no gene CHD1L é um dos principais avanços das últimas décadas para entender a resistência de alguns indivíduos à infecção e por que ela afeta menos severamente alguns pacientes.

“Ainda temos um longo caminho a percorrer na luta contra o HIV – não desenvolvemos uma vacina para prevenir a infecção e não encontramos uma cura até o momento. Entender exatamente como essa variação genética controla a replicação do HIV pode nos ajudar”, afirma o professor inglês Manjinder Sandhu, um dos autores do estudo, ao site da Universidade de Cambridge.

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