Histórias de resistência e conquistas de idosos marcam nova temporada da premiada websérie
Relatos de amor, orgulho, superação, resistência e diversidade. A premiada websérie “LGBT+60: Corpos que Resistem”, que já soma mais de 2 milhões de views nas plataformas digitais, estreia sua terceira temporada, com cinco novos episódios repletos de histórias inspiradoras que revelam a trajetória de vida e celebrações de cinco brasileiros LGBT+, que vivem a terceira idade em sua plenitude.
Os episódios – dirigidos e roteirizados por Yuri Alves Fernandes – vão contar as nuances e conquistas por trás da vida da ativista Denise Taynáh Leite, de 74 anos; do jornalista Márcio Guerra, de 63 anos; da influenciadora Ana Carolina Apocalypse, de 65 anos; da drag queen Luiza Gasparelly, de 60 anos; e do aposentado Seu Franco, de 67 anos. A produção-executiva é de Giulia da Graça, da Vintepoucos, e os episódios já estão disponíveis no canal do YouTube da plataforma de jornalismo independente #Colabora (https://www.youtube.com/@colaborajornalismo) e nas redes sociais.
“LGBT+60” é um projeto que parte de uma ideia simples: ouvir histórias. “Mas são histórias que nem todas as pessoas estão acostumadas a ouvir, seja na mídia ou em debates. São idosos LGBT+, de diferentes gêneros e contextos sociais, que contam sobre suas experiências, muitas vezes dolorosas, mas também sobre conquistas e sonhos”, afirma o diretor, roteirista e idealizador do projeto, Yuri Alves Fernandes.
A equipe da websérie é composta majoritariamente por pessoas LGBT+, incluindo pessoas trans, como o codiretor Gab Meinberg. “É um tipo de série transgressora que gera mudança toda vez que é reproduzida. É por isso que a Vintepoucos ficou em êxtase ao produzir a 3ª temporada. É um projeto que prova que nós, da comunidade LGBT+, temos direito a um passado, presente e principalmente, um futuro”, reforça Gab.
Desde que estreou, em 2018, “LGBT+60” vem conquistando diversos prêmios, os mais recentes foram os de Melhor Roteiro e Melhor Direção, no Rio Webfest 2023, maior festival de webséries do mundo. “LGBT+60” também já levou o Prêmio Longevidade Bradesco Seguros na categoria Jornalismo Web (2019), o 20º Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade LGBT+ na categoria Audiovisual e Arte Cênicas (2021) e a Menção Honrosa na Mostra Cine Diversidade, do Rio de Janeiro (2021).
“Como homem gay e jornalista, eu sempre olhei com inquietação para vivências e assuntos da nossa comunidade que não estão sendo discutidos ou tendo muita visibilidade. No período de pesquisa, me chamou a atenção também uma reportagem sobre velhices LGBT+ na qual os entrevistados não mostravam os rostos por medo do preconceito. Aquilo me despertou várias coisas. Percebi que de fato a velhice LGBT+ tinha pouquíssimo espaço na mídia e, quando tinha, era invisibilizada de alguma forma. Essa falta de representatividade afeta todos os lados e gerações”, ressalta Yuri.
Conheça os personagens de ‘LGBT+60: Corpos que Resistem’
Na terceira temporada, prepare-se para se emocionar com novas e tocantes histórias. A paulistana Ana Carolina Apocalypse é a estrela do primeiro episódio. Verdadeiro fenômeno na internet, Ana Carolina tem mais de 100 mil seguidores e comemora seu aniversário de 65 anos, relatando aspectos da sua transição de gênero, realizada a partir dos 59 anos, quando ela assistiu a novela “A Força do Querer”, que trouxe pela primeira vez à teledramaturgia brasileira um processo de transição.
A protagonista do segundo episódio é Denise Taynáh Leite, de 74 anos, mulher trans negra e carioca. Ativista, trabalha como Secretária dos Direitos LGBT+ na SEDSODH – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro, e conta no episódio sobre violência familiar, sobre sua relação com o carnaval e a arte, sobre seus sete filhos e sobre o emocionante momento em que se entendeu mulher.
A história de amor e de coragem do jornalista Márcio Guerra, de 63 anos, nascido e criado em Juiz de Fora, também é um dos destaques da série. Há dois anos, Márcio e o seu companheiro há 34 anos, Flávio, adotaram o jovem Phellipe. Hoje, a família vive unida, num ambiente de amor e acolhimento.
Já o Seu Franco é um homem trans negro, de 67 anos, nascido em Porto Alegre, que saiu de casa aos 13 para morar nas ruas por não se sentir aceito. Aos 17, foi tomando consciência da sua identidade de gênero, mas somente anos depois se entendeu e se aceitou como uma pessoa transmasculina ao assistir uma entrevista com João Nery (convidado da primeira temporada de LGBT+60) na televisão.
No último episódio, a série relata os altos e baixos da carreira da drag queen carioca Luiza Gasparelly, de 60 anos, que relembra como se entendeu como um homem gay e artista, suas vivências fora do país, a perseguição e o preconceito contra as travestis e drag queens na ditadura, apresentações icônicas, a descoberta do HIV e conquistas tanto afetivas quanto profissionais.