Loja de convites de casamento se recusa a trabalhar com casal gay e alega “heterofobia”
Um casal homossexual fez uma denúncia nas redes sociais de um caso de homofobia sofrido diante de uma loja de convites de casamento. A loja, localizada em Pederneiras (SP), se negou a fazer “convites homossexuais”. Na web, a empresa ainda disse que tem direito de seguir os princípios cristãos e citou a “heterofobia”.
Em entrevista ao UOL, Henrique Nascimento contou que entrou em contato com a empresa pelo WhatsApp e ressaltou que o atendimento corria bem até que o atendente soube que o casamento seria de dois homens, ele e Wagner Soares, que estão juntos há oito anos.
“Peço desculpas por isso, mas nós não fazemos convites homossexuais. Seria bacana você procurar uma papelaria que atenda sua necessidade”, escreveu a responsável pela loja em resposta aos noivos. Henrique e Wagner registraram um boletim de ocorrência por homofobia, e o ateliê se pronunciou diante do caso.
Em nota, publicada nas redes sociais, o ateliê Jurgenfeld alegou “heterofobia”: “Existe ‘heterofobia’? Está aí uma pergunta que deveria ser introduzida nos livros de filosofia desse século (…) Hoje, chegamos ao nosso ápice. Não aguentamos mais ter que aguentar tantas críticas e questionamentos sobre o fato de não realizarmos casamentos ou eventos homossexuais”, diz a nota publicada no Instagram.
“Aqui, na nossa empresa, acreditamos na família como ela é, e não estamos pedindo para ninguém que acredita ao contrário mudar de pensamento ou posicionamento. Mas hoje foi a gota d’água. Fomos retaliados por um casal que não aceitou a nossa posição, a nossa opinião, e tem de fato feito comentários no nosso Instagram, dizendo que homofobia é crime (…) Nós nos posicionamos assim, e estamos sendo taxados de homofóbicos. Nós temos que aceitar aquilo que elas são, mas as pessoas não podem aceitar que nós escolhemos fazer dessa maneira e trabalhar dessa forma”, compeltou um dos donos do ateliê.
Erika Hilton pediu que o Ministério Público investigasse o caso. O documento é assinado por Erika e por Amanda Paschoal, ativista pelo direito das pessoas trans e travestis, e direcionado à Promotoria de Justiça do Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância.
🚨 HOMOFOBIA:
— Descharth (@Descharth) April 24, 2024
E a coisa só piora para os donos da empresa que se recusaram a fazer serviços de casamentos para casal homossexual.
Eles postaram nota dizendo que não são homofóbicos, apenas são diferentes e que escolheram não atender gays e que sofrem preconceito por isso.… pic.twitter.com/a8htpS9FJz