Salim Gauwloos enfrentou o diagnóstico de HIV no final de 1987 e seu prazo de vida era de 5 anos

Bailarino conta como foi enfrentar HIV ao lado de Madonna em ‘Blond Ambition’: “Me ajudou muito”

A BBC resgatou uma reportagem que foi ao ar no programa “Outlook” em 2018 com o dançarino belga Salim Gauwloos. O artista participou da turnê de Madonna, ‘Blond Ambition’, em 1990, na mesma época em que recebeu o diagnóstico de HIV, no final de 1987. Com o prazo de cinco anos de vida, Salim contou da importância de Madonna na sua vida e diz que se sentia livre ao dançar com a diva pop.

Na música ‘Into the Groove’, Madonna falava da importância de se usar camisinha. Na época, membros da equipe não sabiam que três dos sete bailarinos da turnê, incluindo Gauwloos, tinham sido diagnosticados com HIV. Salim revelou o diagnóstico anos depois, para o documentário ‘Strike a Pose’, de 2016.

“Eu acho um pouco irônico porque era na música Into the groove que a Madonna falava sobre ter que colocar camisinha. E era Madonna, Gabriel, eu e Carlton que fazíamos esse número. Qualquer coisa que ela dissesse sobre Aids, dentro de mim eu sentia: ‘Ai, meu Deus, de novo não’. Mas provavelmente todos nós estávamos pensando isso”, contou Gauwloos à BBC.

O dançarino lembra que o diagnóstico foi uma notícia forte para ele e que ele já vinha apresentando problemas nos rins. “O médico disse: sinto muito, mas preciso te dizer que você é HIV positivo. Minha mãe estava do lado. Foi algo tão intenso, eu ainda fico emotivo sobre isso. “Meu mundo inteiro caiu. Eu queria ser um dançarino famoso, tinha tantas coisas que eu queria fazer… E além de tudo, aquela tinha sido minha primeira experiência sexual”, revelou.

Madonna ligou pessoalmente para o belga e disse que ele estaria no time da sua turnê pelo mundo. “Ela me ligou pessoalmente. Ela disse: ‘E aí, aqui é a Madonna. Você quer vir na turnê comigo?’. Eu respondi: ‘Sim, com certeza'”, ressaltou. Gauwloos trabalhou por dez meses com Madonna, viajando para países como Canadá, Japão e Espanha. O sucesso da turnê foi tanto que até os bailarinos tinham seus próprios fãs.

“Eu me sentia livre dançando com Madonna e com os outros bailarinos. Milhares de fãs gritavam por nós. Acho que isso me ajudou muito”, finalizou.

Arthur Aguiar

Redator do Pheeno, formado em comunicação social e estudante de moda. Apaixonado por contar histórias e explorar culturas.

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