Jarbas Mielke de Bitencourt, 48, Jéssica Konig, 31, e Mikael Mielke de Bitencourt, 35, no chá de bebê de Antonella

Casal gay do RS são os primeiros do Sul do Brasil a terem um bebê consanguíneo

Jarbas Mielke de Bitencourt, gerente de vendas de 48 anos, e Mikael Mielke de Bitencourt, fotógrafo de 35 anos, tomaram a decisão de terem um filho juntos. Após o episódio traumático de tentativa de adoção de um filho, os dois receberam a ajuda de uma amiga como barriga de aluguel para geração do filho do casal. A entrevista dos dois foi concedida para Luciana Spacca, do Viver Bem do UOL.

Jéssica Konig, de 31 anos, foi chamada por Jarbas, porque o seu parceiro Mikael entrou em depressão após dar errado o processo de adoção, a ideia inicial era animar o casal, mas ela foi adiante e pesquisou sobre barriga de aluguel. “Pensei: o que eu vou fazer para ajudar? Lembro que fui no Google e pesquisei sobre barriga solidária. Encontrei uma clínica, liguei e peguei os dados”, conta Jéssica.

De acordo com CFM (Conselho Federal de Medicina), o processo acontece em meio a um tratamento de reprodução assistida (fertilização in vitro). “Cheguei lá e falei: chega de choro! Eu tenho a solução, eu vou ser a barriga solidária de vocês. Já agendei a entrevista em uma clínica. Eu não sei como vocês vão fazer para pagar. Mas a minha barriga eu empresto”, ressaltou.

A irmã mais nova de Mikael, Marrie Nara Bortolanza, de 22 anos, se voluntariou a fazer a doação dos óvulos. “Eu me ofereci pra eles na mesma hora. Conversei com o pessoal da clínica e eles me explicaram como seria o processo. Na minha cabeça, sempre me vi como uma tia para o bebê. É muito emocionante participar de tudo isso”, relata Marrie.

“Ela está planejada para nascer a partir de 15 de maio. A gente está com tudo pronto, mas vivendo uma ansiedade gigantesca, né? Porque é muito difícil dois homens viver um parto. É uma expectativa grande, você imagina um parto que tem todo o processo de bloco cirúrgico, de gestação, de médico”, conta Mikael.

Vale ressaltar que o casal tornou-se o primeiro casal homoafetivo do Sul do Brasil, e o segundo do Brasil a ter um bebê consanguíneo. “Quero deixar claro que essa questão da genética nunca teve importância, isso foi um bônus que essa história linda nos deu. Porque até então, nem eu nem o Mika sabíamos que isso era possível”, finalizou Jarbas.

Os papais de primeira viagem ainda criaram um perfil no Instagram para contar detalhes sobre a paternidade e a chegada de Antonella.

Arthur Aguiar

Redator do Pheeno, formado em comunicação social e estudante de moda. Apaixonado por contar histórias e explorar culturas.

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