Héteros cisgêneros mentem ser LGBTQIAPN+ para usar cotas da comunidade na eleição do México
Alguns candidatos às cadeiras do eleitorado do México estão mentindo serem membros da comunidade LGBTQIAPN+ para usar as cotas destinadas à comunidade. Grupos ativistas e autoridades denunciaram os falsos gays, lésbicas e transexuais para aqueles que concorreram às eleições no último domingo, 02.
“Tem acontecido muitos casos, pessoas heterossexuais que tem ocupado cargos na comunidade (LGBTQIAP+) que não os pertencem, ocupando cargos que não são para eles”, afirmou à AFP Yunuem Tena Calderon, uma mulher trans de 30 anos, em Merelia, capital do estado de Michoacán (oeste).
No país, o governo exige que os partidos tenham cotas para os grupos que são considerados “vulneráveis”. A imprensa ainda informou que há falsos indígenas e deficientes.
“É uma questão tão sensível e provada que é difícil questionar”, explicou o presidente-conselheiro do Instituto Eleitoral de Michoacán, Ignacio Hurtado.
As objeções foram apresentadas diante de 26 candidaturas da cota LGBTQIAPN+. A especulação é que há ainda mais dezenas no país. Vale ressaltar que para participar da comunidade a pessoa deve se “reconhecer como parte da diversidade”. Hurtado ainda diz que é uma linha muito tênue quando o assunto é colocar à prova a orientação sexual de alguém.
“Tem acontecido umas impugnações” através da Justiça eleitoral. “Espero que anulem as candidaturas desses que não pertencem à comunidade”, afirmou a cabeleireira e trabalhadora sexual.
Mais de 20 autoridades locais foram elegidas no México, dividindo as cadeiras entre presidente, congressistas e governadores. Em 2021, o México aprovou leis que exigem cotas mínimas de candidatos LGBTQIAP+ para todos os partidos, sendo o número definido por cada estado.