Pedro Sampaio alerta sobre a internacionalização do funk: “Latinos vão pegar o ritmo pra eles”
Atração de abertura da turnê internacional de Anitta, a Baile Funk Experience Tour, o DJ e produtor Pedro Sampaio falou sobre os bastidores da tour e aproveitou para fazer um alerta: popstars latinos estão “roubando” funk para eles. Em uma indústria musical cada vez mais globalizada, o funk carioca tem ganhado destaque internacional, mas segundo Sampaio, alguns artistas latino-americanos estão se apropriando do gênero sem dar o devido crédito à sua origem.
“Já está mais que provado dentro do Brasil que o funk está entre os principais ritmos musicais. E eu digo isso não só no âmbito musical, mas também no âmbito cultural. Enfim, o funk afeta tudo, inclusive o turismo. O funk tem essa potência, tem essa força e eu acredito muito que se nós brasileiros, se o governo também, não passarmos a olhar para o funk como essa potência que ele é… se e a gente não incentivar o funk, se não deixar o preconceito de lado, a gente vai perder o funk para o mercado latino”, afirmou Sampaio em entrevista ao G1.
Pedro não usa expressão “roubo”, mas desenvolve uma ideia com esse sentido ao relatar que artistas famosos do reggaeton e de outros ritmos latinos estão se apropriando das batidas e dos arranjos do funk. “Já existe este movimento: grandes artistas latinos de reggaeton estão gravando músicas no ritmo do nosso funk brasileiro. Inevitavelmente, eles tendo o tamanho que têm e o apoio total, eles vão pegar o funk pra eles”, disse o DJ e produtor.
A crítica de Pedro ressalta a importância da preservação da identidade cultural e do reconhecimento dos criadores originais do funk. Para muitos, o funk carioca não é apenas um estilo musical, mas um fenômeno cultural profundamente enraizado nas comunidades brasileiras, especialmente nas periferias urbanas. A popularidade crescente do funk no cenário global pode ser uma faca de dois gumes: enquanto aumenta a visibilidade do gênero, também expõe a vulnerabilidade dos seus criadores originais a práticas não éticas de apropriação cultural.