“Se estou onde estou, devo aos gays”, diz Otávio Mesquita ao falar sobre início de carreira
Otávio Mesquita, figura conhecida no mundo do entretenimento brasileiro, tem uma história marcada por sua conexão com a comunidade LGBTQIAPN+. Desde os anos 1980, ele se destacou por sua participação no “Gala Gay”, evento que buscava celebrar a diversidade durante o carnaval carioca. Mesquita relembra que, na época, poucos se interessavam por cobrir o evento, mas ele viu a oportunidade e foi muito elogiado pela transmissão, que alcançou uma audiência significativa.
Em uma entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura de São Paulo, Otávio Mesquita enfatizou a importância da comunidade gay em sua carreira. Ele atribui parte de seu sucesso ao público LGBTQIAPN+, destacando que deve sua ascensão não apenas à sua habilidade profissional, mas também ao apoio e à aceitação que recebeu ao longo dos anos. “Ninguém queria fazer o ‘Gala Gay’ naquela época. Eu não tinha nada contra os gays. Obviamente, qual o problema?”, questionou ao relembrar a cobertura do evento nos anos de 1980 que representava a comunidade na folia de carnaval.
Otávio Mesquita é o convidado do #RodaViva e aborda as ofensas que sofreu de parte do público ao longo de sua carreira televisiva.
— Roda Viva (@rodaviva) July 16, 2024
Ele relembra sua primeira aparição na Bandeirantes, e compartilha sua experiência ao cobrir a Gala Gay, destacando a importância do evento. pic.twitter.com/SNC8aaql35
“Peguei e fui fazer o Gala Gay. Fui muito elogiado, deu uma audiência fantástica. Então, se eu estou onde estou, devo primeiro aos meus pais, devo à minha capacidade de ser uma pessoa simples e, por último, aos gays que me levaram pra cima. Agora, perguntaram: ‘Você é gay?’. Não sou gay, óbvio, porque eu adoro todos eles, devo a todos eles e todos me respeitam”, ressaltou.
O evento em questão acontecia na casa de eventos Scala Rio, que fica no Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A transmissão do baile era bastante aguardada pelos telespectadores. Mesquita ainda abordou sua participação na G Magazine e a Sexy, maior concorrente da Playboy.
Otávio Mesquita, convidado do #RodaViva desta semana, aborda sua participação marcante em revistas como a Revista Sexy e a G Magazine, onde foi sócio e contribuiu para introduzir o editorial masculino no Brasil.
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Ele explica o motivo para ter saído dessas sociedades. Confira! pic.twitter.com/2TQSCq7jID
Além de sua participação no “Gala Gay”, Mesquita também teve envolvimento com a mídia voltada para o público gay, incluindo a G Magazine. Durante uma estada nos Estados Unidos, ele se inspirou em revistas americanas e trouxe a ideia para o Brasil, ajudando a estabelecer um mercado editorial que combinava sensualidade e um público específico. “Eu fui para os Estados Unidos, estava em Nova York, e de repente eu vi lá umas revistas ligadas aos gays, porque também é um business. Eu peguei a revista e vi lá os anunciantes, só gente grande. Eu falei, ‘vou levar para o Brasil’. Aí levei”, disse.
Mesmo com o sucesso inicial, Mesquita eventualmente se desligou da revista, mencionando mudanças editoriais que divergiam de sua visão original. “Aqui acabaram mudando para colocar pessoas nuas. Era um probleminha, né? Foi muito bom. Muitos atores faziam isso e aí eu percebi que isso poderia ter me dado algum problema. Recebi um convite pra vender e acabei vendendo. Nada contra a revista, porque era uma revista voltada para os gays, que dava uma venda boa e era impressionante. Foi sucesso bacana, mas mesmo assim eu saí para não ter problema”, finalizou.