Mãe denuncia homofobia e xenofobia após filho ser agredido por alunos em escola de SP

Uma mãe em São José do Rio Preto (SP) denunciou um caso grave de homofobia e xenofobia à polícia após seu filho, de 14 anos, ser agredido por dois alunos dentro da Escola Estadual Leonor da Silva Carramona. O incidente ocorreu na última quarta-feira (07/08). De acordo com o relato da mãe, o adolescente, que possui diagnóstico de Transtorno Opositor Desafiador (TOD), vem sendo vítima de bullying há três anos. A mãe afirma que o filho é frequentemente xingado de “via*o” e atacado por ser carioca, o que evidencia um comportamento discriminatório por parte dos agressores.

Em nota, a Secretaria Estadual de Educação repudiou qualquer tipo de violência dentro da instituição e informou que os responsáveis pelos alunos envolvidos foram convocados. Como medida imediata, a escola determinou que os estudantes realizassem atividades remotas por três dias, a partir de quinta-feira (08/08), enquanto o caso é apurado. A mãe do adolescente forneceu ao G1 um vídeo que mostra o momento em que seu filho é agredido por um aluno com socos na cabeça, seguido pelo ataque de outro estudante.

O adolescente, que é natural do Rio de Janeiro (RJ) e faz acompanhamento no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) devido ao seu diagnóstico de TOD, foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) após a agressão. Ele recebeu atendimento médico e foi liberado com orientação para tratar as dores, resultantes das lesões causadas pelas agressões, incluindo uma marca de sola de sapato no braço. Segundo a mãe, não é a primeira vez que o filho é agredido na escola. “E não é a primeira vez. Outra vez cortaram o olho, espancaram meu filho na porta da escola, deram um soco na cara dele. Ele mesmo ligou para a polícia porque não aguentava mais”, contou a mãe ao portal.

Preocupada com a segurança e o bem-estar do filho, ela registrou um boletim de ocorrência por lesão corporal. Ela expressou sua indignação diante da violência e preconceito enfrentados pelo adolescente, lamentando que em pleno Século XXI ainda ocorram tais atitudes discriminatórias. “Bateram nele em dois por nada. Infelizmente eu acho que eles têm a visão de que quem é carioca é ‘favelado’ e ‘viado’. Não é fácil, em pleno Século XXI”, lamenta a mãe. O caso segue em investigação, e a família espera por justiça e medidas efetivas para garantir a proteção do estudante.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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