Ex-paquita diz que esperou 20 anos para revelar bissexualidade: “Me sentia muito reprimida”
Stephanie Lourenço, ex-paquita de 36 anos, revelou recentemente que levou 20 anos para se sentir confortável em se assumir bissexual. A atriz fez parte da última geração de assistentes de palco do famoso programa “Xou da Xuxa”, exibido pela TV Globo nos anos 2000. Durante esse período, Stephanie, como muitas de suas colegas, era uma grande admiradora da Rainha dos Baixinhos antes de realizar o sonho de trabalhar ao lado da apresentadora. No entanto, foi a única entre as 27 ex-paquitas a abordar publicamente sua sexualidade no documentário “Para Sempre Paquitas”, que estreia no Globoplay no próximo dia 16.
O caminho para se abrir sobre sua sexualidade foi longo e cheio de desafios. Em entrevista ao jornal O Globo em outubro de 2022, Stephanie contou que, embora tivesse o desejo de se expressar, o contexto social da época e a pressão de ser uma figura pública a impediram. “Eu tinha uma vontade de me expressar, mas me sentia muito reprimida porque eram outros tempos. Eu só consegui falar abertamente sobre isso 20 anos depois, quando tive coragem de me assumir para os meus pais”, revelou.
No documentário, que traz depoimentos de várias ex-paquitas, Stephanie reflete sobre essa trajetória e a dificuldade de lidar com sua identidade em um ambiente que, na época, não oferecia espaço para diálogos sobre sexualidade. Mesmo sendo uma das figuras mais queridas do programa infantil, ela enfrentou barreiras internas e externas até encontrar força para viver de forma autêntica. Seu depoimento lança luz sobre a diversidade de experiências dentro de um grupo que, na frente das câmeras, parecia homogêneo.
Após se despedir do papel de paquita, Stephanie dedicou-se à carreira de atriz. Ela acumulou diversas experiências no teatro e no cinema, incluindo participações nos filmes “O Último Animal” e “Ciclo”, ambos lançados em 2022. Hoje, além de seguir com sua trajetória artística, Stephanie é um exemplo de coragem e inspiração para aqueles que também enfrentam dificuldades para se aceitar e se expressar livremente.