Fã que beijou Katy Perry no Rock in Rio reflete sobre o momento 13 anos depois: “A fama não foi bom”

Em 2011, Julio Salvo, então com 24 anos, tornou-se um dos nomes mais comentados do Rock in Rio. O fotógrafo de Sorocaba, interior de São Paulo, subiu ao palco e beijou a estrela pop Katy Perry, marcando a história do festival daquela edição. 13 anos depois, Katy retorna à Cidade do Rock, mas Julio não estará presente. Hoje com 37 anos e estudante de Psicanálise e Neurociência, ele afirma que seu ritmo para festivais já não é o mesmo: “Vou assisti-la bem tranquilo no sofá de casa. Fiquei velho”, brincou ele em conversa com o jornal Extra.

O episódio que o projetou para a fama instantânea foi um impulso, como ele mesmo relata. Julio, que descobriu nos últimos anos ser portador de TDAH Hiperativo, reflete sobre aquele momento: “Quando ela chamou um fã pra subir, eu nem pensei, já estava no palco quando ela terminou a frase”. Após o beijo e a dança com a cantora, sua imagem tomou conta da mídia, mas o reconhecimento trouxe consequências inesperadas. “Eu não estava preparado para aquilo tudo, nem absorvi direito, e minha cara estava estampada em tudo que era lugar. Se fosse hoje, provavelmente teria virado influenciador”, reflete.

Nos anos que se seguiram, Julio tentou surfar na onda de sua popularidade, mas admite que nem sempre fez as melhores escolhas. Chegou a se candidatar a vereador em Sorocaba, algo que hoje considera um erro. “Muita gente se aproveitou de mim naquela época. Quando vi, já estava ali, meio sem pensar. A fama tem um lado que serve aos narcisistas”, critica. O excesso de atenção o levou a fechar suas contas nas redes sociais várias vezes. “As pessoas me marcavam em vídeos daquela noite, minha caixa de mensagens vivia cheia, e aquilo me deixou desconfortável”, justifica.

Atualmente, Julio está focado em outros objetivos, buscando se formar e realizar um trabalho social voltado para ajudar pessoas que sofreram em relacionamentos abusivos, algo que ele também enfrentou. “Muita gente se aproximou de mim porque eu era o cara que beijou a Katy”, revela. Sobre a cantora, ele a acompanha à distância, com admiração: “Já não tanto como antes, mas gosto da evolução que ela teve nesses anos, como mulher, mãe e artista. Nós dois mudamos”, conclui.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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