Conservador e anti-LGBTQ+, pároco católico é suspenso por participar de orgias gays
A Igreja Católica da Hungria está no centro de uma grande polêmica após a revelação de que Gergo Bese, um influente pároco católico, frequentava festas gays e aparecia em vídeos explícitos mantendo relações sexuais com outros homens. Bese não era um religioso comum; além de sua atuação na igreja, ele se destacava como figura midiática, participando de programas de TV e sendo um dos principais aliados do primeiro-ministro Viktor Orbán.
Sua postura pública sempre foi de repúdio aos LGBTs, apoiando, inclusive, a polêmica lei de 2021 que proíbe discussões sobre identidade de gênero e sexualidade para crianças e adolescentes nas escolas húngaras. A hipocrisia de Bese veio à tona com a divulgação de imagens dele em sites de pornografia gay e relatos de que ele mantinha relacionamentos duradouros com outros homens. Segundo o portal Válasz Online, havia até envolvimento de prostitutos nas orgias das quais o pároco participava. A notícia se espalhou rapidamente, gerando indignação não apenas pela contradição entre sua vida privada e pública, mas também pela posição de destaque que ele ocupava na Igreja e na política húngara.
Diante da repercussão do escândalo, o arcebispo de Kalocsa-Kecskemé, Balázs Bábel, anunciou a suspensão de Gergo Bese de suas funções sacerdotais. A decisão busca preservar a imagem da Igreja Católica, que enfrenta críticas tanto dos fiéis quanto da mídia. Este caso, porém, trouxe à memória outro episódio similar ocorrido em 2020, envolvendo o eurodeputado József Szájer, também aliado de Orbán, que foi preso durante uma orgia gay em Bruxelas. Assim como Bese, Szájer mantinha uma postura pública conservadora, sendo casado e pai de uma filha.
Esses episódios revelam um padrão de comportamento contraditório entre alguns membros da elite política e religiosa da Hungria, que, publicamente, condenam os direitos LGBTQIAPN+, mas mantêm uma vida privada incompatível com seus discursos. A hipocrisia desses casos tem alimentado o debate sobre a repressão dos direitos LGBTQIAPN+ no país e as consequências de políticas ultraconservadoras promovidas pelo governo de Viktor Orbán.