Caso Santrosa: polícia descarta transfobia e diz que cantora trans foi morta por facção criminosa

A Polícia Civil informou, nesta segunda-feira (11/11), que a morte da cantora transexual Santrosa, de 27 anos, encontrada decapitada e com os membros amarrados no domingo (10/11) em Sinop, Mato Grosso, não foi motivada por transfobia. Segundo o delegado Braulio Junqueira, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a principal linha de investigação aponta para uma possível ligação com o crime organizado, mais especificamente com a facção Comando Vermelho (CV). Santrosa, que também era suplente de vereador, teria sido vista como uma ameaça por estar, supostamente, passando informações sobre o grupo criminoso.

A brutalidade do crime levanta suspeitas da polícia, que acredita que a execução foi feita como uma “marca registrada” do Comando Vermelho, grupo conhecido pela decapitação de informantes como forma de retaliação e aviso. “Sequestrar e decapitar uma pessoa é uma prática usada por essa quadrilha para intimidar qualquer um que jogue contra os interesses deles”, disse Junqueira ao g1. A Polícia Civil agora concentra esforços para identificar os autores do crime e apurar a motivação exata, se confirmando ou não um possível envolvimento de Santrosa com a facção.

Amigos de Santrosa relataram que a artista, que recentemente se envolveu na política como suplente de vereador pelo PSDB, estava preocupada com a situação na cidade e com o aumento da influência do crime organizado na política local. Esse contexto trouxe uma nova perspectiva para as investigações, que ainda buscam entender se a cantora realmente colaborava com rivais do Comando Vermelho ou com autoridades, expondo informações sigilosas do grupo. O delegado ressaltou que até o momento não há confirmação de vínculos diretos entre ela e facções criminosas.

Diante do crime, a Polícia Militar reforçou o policiamento em Sinop, buscando garantir a segurança da população. Santrosa, que morava com o pai, desapareceu no sábado (09/11), dia em que participaria de eventos na região. O pai relatou ter encontrado a casa aberta e revirada ao retornar, sugerindo sinais de arrombamento e furto. A comunidade LGBTQIA+ e aliados da artista lamentam a tragédia e acompanham as investigações, cobrando que a justiça seja feita para esclarecer os detalhes e responsáveis pelo crime.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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