Noite de terror: policia russa ataca baladas LGBTQ+ em Moscou em nova onda de repressão
No último sábado (30/11), três casas noturnas LGBTQIAPN+ em Moscou — Arma, Inferno e Mono — foram alvos de ataques coordenados pelas forças de segurança russas. Segundo a agência de notícias estatal russa TASS, a ação foi parte de uma série de medidas para combater a chamada “propaganda LGBT”. Um vídeo divulgado nas redes sociais revelou cenas tensas, com frequentadores das baladas sendo forçados a se sentar no chão com as mãos atrás da cabeça, enquanto policiais com equipamento antimotim circulavam entre a multidão, emitindo ordens. Outro clipe mostrou pessoas sendo escoltadas para fora dos locais e levadas para viaturas policiais.
A operação também incluiu apreensões de equipamentos eletrônicos, como laptops, câmeras de vídeo e smartphones, além da inspeção dos documentos dos frequentadores. Em uma das prisões, a polícia deteve o chefe da agência de turismo Men Travel, de 48 anos, que estava organizando viagens para membros da comunidade LGBTQ+ para o Egito no réveillon. Ele foi acusado de “preparar uma viagem para os apoiadores de valores sexuais não tradicionais”. As batidas fazem parte de uma intensificação da repressão do governo russo à LGBTs, que inclui uma série de ataques a locais frequentados pela comunidade.
De acordo com a TASS, a polícia alegou que os detidos eram responsáveis por atos de vandalismo, perturbação da ordem pública e desrespeito à sociedade. A infração seria caracterizada pelo uso de “linguagem obscena em local público”. O Tribunal Distrital de Lefortovo, em Moscou, confirmou que sete pessoas foram processadas e consideradas culpadas desses delitos administrativos, refletindo a crescente perseguição ao movimento LGBTQIAPN+ na Rússia. Esses ataques são apenas os mais recentes em uma série de ações que visam reprimir qualquer manifestação pública relacionada à comunidade no país.
Desde 2013, a Rússia possui uma lei que proíbe a “propaganda LGBT”, considerada um crime quando realizada em locais públicos ou em frente a menores de idade. Em 2023, a repressão se intensificou com a declaração do governo de que o “movimento público LGBT internacional” — que não é um grupo organizado ou real — seria uma organização extremista. Levantar a bandeira arco-íris, se beijar em público ou manifestar qualquer tipo de apoio à comunidade LGBTQIAPN+ pode resultar em prisão.
Reports that hundreds of men were taken away by police from nightclubs around Moscow on Friday night. pic.twitter.com/47MOKtlK1V
— Igor Sushko (@igorsushko) November 30, 2024