Bispa que defendeu imigrantes e LGBTs responde a ataques de Trump: “Não vou me desculpar”

A bispa Mariann Edgar Budde, da Diocese de Washington, ganhou os holofotes após um discurso contundente pedindo “misericórdia” ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação à situação dos imigrantes e das crianças temerosas por suas famílias, além de destacar a necessidade de respeito aos direitos da população LGBTQIA+. A fala, que repercutiu amplamente, atraiu elogios e também críticas ferozes, incluindo um ataque direto de Trump na plataforma Truth Social. Ele a acusou de ser uma “hater” e “radical de esquerda”, exigindo um pedido de desculpas.

Em entrevistas realizadas nesta quarta-feira (22/01), Mariann afirmou categoricamente que não pedirá desculpas e negou qualquer animosidade pessoal contra Trump. “Eu não odeio o presidente e rezo por ele. Não sinto que haja necessidade de me desculpar por um pedido de misericórdia”, disse ao programa All Things Considered, da NPR. Apesar dos ataques que vêm sofrendo, a bispa reforçou que sua mensagem foi transmitida com respeito e gentileza, buscando combater a polarização e o discurso de ódio.

A postura corajosa da bispa também foi exaltada por Joy Behar, apresentadora do programa The View, da ABC, que a descreveu como “mais corajosa do que qualquer pessoa no Congresso”. Durante a conversa, Mariann lamentou o clima hiperpolítico do país e alertou sobre a “cultura de desprezo” que prejudica o diálogo respeitoso. “Precisamos aprender a discordar sem recorrer à violência do discurso”, pontuou. Ela também minimizou os ataques recebidos, destacando que sua mensagem visava unir, e não dividir.

Em uma entrevista à Associated Press, a bispa revelou ter percebido a insatisfação de Trump ainda durante o evento em que discursou. “Tentei fazer contato visual com as pessoas e sorrir, mas não recebi muitos sorrisos”, recordou. Mantendo-se afastada das redes sociais para evitar as críticas, Mariann segue firme em sua convicção de que é possível construir um diálogo mais respeitoso e empático, mesmo em tempos de extrema polarização.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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