Homem gay rejeita perdão de Donald Trump por atentado no Capitólio: “Eu fiz essas coisas”
Em um gesto que chamou a atenção da mídia e do público, Jason Riddle, um homem gay que participou dos distúrbios no Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021, rejeitou o perdão concedido pelo presidente Donald Trump. Riddle, que cumpriu 90 dias de prisão por seu papel nos tumultos, declarou à New Hampshire Public Radio: “Eu fiz essas coisas e elas não são perdoáveis”. A declaração ocorre após Trump, em seu primeiro dia como presidente, ter emitido cerca de 1.500 perdões e comutado as sentenças de 14 pessoas ligadas aos eventos do Capitólio, incluindo membros do grupo de extrema direita Proud Boys.
Riddle, que já foi apoiador fervoroso de Trump, revelou que passou por uma “epifania” durante o tempo que ficou preso. Ele admitiu que, na época dos distúrbios, estava em um momento conturbado de sua vida, lutando contra o alcoolismo e usando as redes sociais para despejar frustrações políticas. “Eu combinava álcool com minha política e também colocava isso online. Passei muito tempo nas mídias sociais discutindo com estranhos sobre nada”, confessou. Ele também reconheceu que, em vez de refletir sobre suas próprias ações, culpava outras pessoas e a polarização política pelos problemas que enfrentava.
O momento decisivo para Riddle ocorreu quando ele soube da morte de Ashli Babbitt, uma veterana da Força Aérea baleada por um policial do Capitólio durante os distúrbios. Como ex-militar, ele disse que a notícia o fez perceber a gravidade da situação. “Toda aquela alegria e toda aquela imaturidade se transformaram em medo”, relatou. Riddle foi preso e se declarou culpado de roubo de propriedade do governo e por participar dos protestos no Capitólio. Além da pena de prisão, ele foi multado em US$ 800.
Após sua libertação, Riddle expressou remorso pelo impacto do motim nos policiais e criticou Trump por continuar a incentivar protestos mesmo após os eventos violentos. “Alguém pode se machucar. Por que você pediria às pessoas para protestarem?”, questionou. Ele também destacou a dificuldade que os policiais devem enfrentar ao ver Trump perdoar “1.500 pessoas que agrediram seus irmãos e irmãs naquele dia”.