“Jamais defenderia abusadores”, diz Baby do Brasil após polêmica durante culto em balada de SP
A cantora e pastora Baby do Brasil usou suas redes sociais nesta sexta-feira (14/03) para se defender das críticas que recebeu após sua participação em um culto realizado na boate D-Edge, em São Paulo, na última segunda-feira (10/03). Durante o evento, a artista fez uma oração pedindo que vítimas de abuso sexual perdoassem seus agressores, o que gerou forte repercussão negativa. “Perdoa tudo o que tiver no seu coração nesse lugar, perdoa. Se teve abuso sexual, perdoa. Se foi na família, perdoa”, disse na ocasião. A fala foi interpretada por muitos como um incentivo ao silêncio das vítimas e à impunidade dos abusadores.
Em um vídeo publicado no Instagram, Baby do Brasil explicou que sua intenção foi mal compreendida e afirmou que “jamais defenderia abusadores”. A cantora destacou que o perdão ao qual se referia não isenta ninguém de responsabilidade pelos seus atos. “Creio que ficou bem claro que o perdão a que me refiro não inocenta ninguém do seu erro, nem da impunidade, nem isenta de justiça qualquer tipo de crime. É claro que eu jamais defenderia abusadores de qualquer espécie, pois eu sou contra qualquer tipo de abuso!”, declarou. Ela ainda ressaltou que o culto era um espaço para “buscar o amor de Deus” e que o perdão espiritual seria uma forma de libertar as pessoas de traumas emocionais.
A organização do evento também se pronunciou sobre o caso. Renato Ratier, DJ e dono da D-Edge, responsável pela realização do culto, classificou a fala da cantora como “infeliz”. Ele explicou que o combinado com Baby do Brasil era que ela participaria apenas do louvor, com um pocket show de rock, e não da pregação. A polêmica ganhou ainda mais repercussão após a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) acionar o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) na quarta-feira (12), solicitando uma investigação sobre o caso.
Na representação, a parlamentar argumentou que o discurso da cantora “ultrapassa os limites da liberdade religiosa e de expressão” e pode “incitar condutas que resultem na impunidade de crimes graves”. Sâmia Bomfim também destacou o impacto psicológico e físico sofrido pelas vítimas de abuso, reforçando a importância de não minimizar a gravidade desses crimes.