Marinha dos EUA exige que militares trans deixem o serviço de forma voluntária ou forçada

A Marinha dos Estados Unidos divulgou uma nova política que determina que oficiais transgêneros em serviço ativo têm até 28 de março para solicitar uma dispensa honrosa voluntária ou enfrentarão a liberação involuntária. De acordo com o portal Pink News, as diretrizes anunciadas na quinta-feira (13/03) afirmam que fuzileiros navais e marinheiros que não se identificam com o gênero atribuído no nascimento devem optar pela separação voluntária ou serão removidos à força do serviço até o final deste mês. Aqueles que escolherem a dispensa voluntária receberão uma indenização baseada nos anos de serviço, mas não terão direito a bônus de retorno ou pagamentos de incentivo.

Em um memorando assinado pelo secretário da Marinha, Terence Emmert, a instituição reforçou que reconhece apenas dois sexos: masculino e feminino. “O sexo de um indivíduo é imutável, inalterável durante a vida de uma pessoa”, afirma o documento. A medida faz parte de uma campanha mais ampla para banir pessoas trans das Forças Armadas dos EUA, seguindo uma ordem executiva assinada pelo ex-presidente Donald Trump logo após sua posse. O secretário de Defesa, Pete Hegseth, reiterou a proibição no início de fevereiro, defendendo que as forças armadas devem focar em “capacidade e adesão à missão”, sem divisões baseadas em identidade de gênero.

Apesar da política, não há evidências que sugiram que militares trans sejam menos capazes do que seus colegas cisgêneros. A Marinha dos EUA afirmou que não tomará medidas ativas para identificar militares trans, deixando a decisão de se apresentar a cargo dos próprios indivíduos. O memorando também destacou que a instituição garantirá “dignidade e respeito” aos afetados, mas não especificou como isso será implementado na prática. Ainda assim, a medida tem sido criticada por organizações de direitos humanos, que a consideram discriminatória e prejudicial à diversidade dentro das forças armadas.

A Campanha pelos Direitos Humanos (HRC), que classificou a proibição como “perigosa e discriminatória”, estima que pelo menos 15.000 militares da ativa nos EUA sejam transgêneros ou não binários. A Marinha, por sua vez, afirmou não ter certeza sobre quantos indivíduos serão diretamente impactados pela política.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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