Novo documentário disponível no YouTube revela os bastidores do pornô gay feito por heteros

Um novo minidocumentário para o YouTube está chamando a atenção ao explorar o funcionamento interno da chamada “Universidade de Estrelas Pornô”, onde o popular criador de conteúdo, Andy Lee, produz seus vídeos adultos gay ao lado de homens heteros. O documentário de 20 minutos, criado pelo diretor Jon Dean para seu podcast All Out with Jon Dean, mergulha nos bastidores dos sets de filmagem de Lee, mostrando como ele transformou um antigo prédio abandonado em Cambridge em um verdadeiro império de conteúdo adulto. Com sets que incluem uma academia, uma sala de estar, um táxi e até uma sala de bondage de pelúcia, a “universidade” se tornou um espaço criativo único para Lee e seus colaboradores.

Andy Lee, que se identifica como heterossexual, é um dos nomes mais populares do OnlyFans, graças ao seu conteúdo amador e segmentado, frequentemente filmado com amigos que também se declaram héteros. No documentário, Lee fala abertamente sobre sua sexualidade. “As pessoas não entendem como você pode ser hétero e fazer coisas com homens. Eu me sinto fisicamente atraído por mulheres, mas faço coisas com homens. Isso não me torna gay”, explica ele. Apesar de suas declarações, Lee reconhece que sua sexualidade é frequentemente questionada por fãs e curiosos.

Muitos dos homens que participam dos vídeos de Lee também se identificam como heterossexuais e revelam nunca terem feito sexo penetrativo com outros homens. Em entrevistas no documentário, alguns deles contam que se envolvem apenas em práticas como sexo oral e masturbação. Um dos participantes até revela que tem uma noiva e filhos, mas admite que o dinheiro envolvido na produção de conteúdo gay amador é um incentivo difícil de ignorar. Por outro lado, um colaborador gay de Lee defende o trabalho dos colegas heterossexuais, argumentando que o conteúdo “gay por dinheiro” não é prejudicial à comunidade LGBTQIAPN+. “Eles trabalham tão duro quanto, se não mais duro, porque eles têm que ficar fisicamente duros”, afirma.

Além de ser um espaço para produção de conteúdo adulto, a “Universidade de Estrelas Pornô” também funciona como um campo de treinamento para novos criadores 18+. Lee compartilha dicas, desde como configurar uma página na plataforma até questões práticas como testes de ISTs e declarações de impostos. “Você precisa saber sobre consentimento. Você precisa saber sobre o que as pessoas querem e não querem, seu público, que tipo de pornografia você quer fazer”, explica ele. O documentário não apenas revela os bastidores de um fenômeno crescente no mundo do entretenimento adulto, mas também levanta questões complexas sobre sexualidade, identidade e a economia por trás do conteúdo gay produzido por homens heterossexuais.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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