Debochada, J.K. Rowling celebra decisão que define “mulher” pelo sexo biológico no Reino Unido

A escritora J.K. Rowling, conhecida mundialmente pela saga Harry Potter e por suas polêmicas posições contra os direitos de pessoas trans, usou suas redes sociais para comemorar a decisão da Suprema Corte do Reino Unido que definiu legalmente o conceito de “mulher” com base no sexo biológico. O veredito, anunciado na quarta-feira (16/04), representa um retrocesso para mulheres trans no país, que há 15 anos lutam por inclusão na Lei de Igualdade, legislação que visa combater a discriminação de gênero e promover a participação feminina no mercado de trabalho.

A decisão foi tomada após uma ação judicial movida pelo grupo For Women Scotland, que contestava a tentativa de incluir pessoas trans no entendimento da lei. O vice-presidente da Corte, Lord Hodge, afirmou que os termos “mulher” e “sexo” na legislação de 2010 se referem exclusivamente a mulheres cisgênero, mas destacou que a decisão “não deve ser vista como uma vitória de um grupo sobre outro”, já que pessoas trans continuam protegidas por outras leis antidiscriminação. Na prática, porém, a interpretação restritiva pode impedir o acesso de mulheres trans a espaços exclusivamente femininos, como abrigos e academias.

Em sua conta no X (antigo Twitter), Rowling elogiou as ativistas que levaram o caso à Justiça, escrevendo: “Foram necessárias três mulheres escocesas extraordinárias e tenazes para que este caso fosse ouvido pela Suprema Corte e, ao vencer, protegeram os direitos das mulheres e meninas em todo o Reino Unido.” Questionada por críticos, ela rebateu afirmando que pessoas trans “não perderam nenhum direito” e acusou ativistas de terem um “senso de direito descontrolado”. Em outra publicação, postou uma foto provocativa segurando um copo de uísque e fumando um charuto, com a legenda “adoro quando um plano dá certo”.

Enquanto grupos conservadores celebram a vitória, organizações de defesa dos direitos trans alertam para o risco de marginalização e exclusão social. A polêmica em torno da autora, que já perdeu fãs e colaboradores devido a suas posições, parece longe de acabar.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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