Ex-gerente processa padre Fábio de Melo após polêmica em cafeteria de Joinville
O que parecia ser apenas mais um relato cotidiano nas redes sociais de uma figura pública ganhou contornos dramáticos e agora será decidido nos tribunais. Quase um mês após o padre Fábio de Melo publicar um desabafo alegando ter sido mal atendido em uma cafeteria da rede Havanna, em Joinville (SC), o ex-gerente envolvido no episódio, Jair José Aguiar da Rosa, decidiu reagir judicialmente. Com apoio do Sindicato dos Trabalhadores em Turismo, Hospitalidade, Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (Sitratuh), Jair entrou com uma ação cível contra o religioso e também com um processo trabalhista contra a empresa. O anúncio foi feito na última quinta-feira (29/05) pelas redes sociais do sindicato.
Segundo a entidade, o profissional procurou ajuda no dia seguinte à demissão, profundamente abalado. O advogado Eduardo Tocilo, que representa Jair, afirmou que o caso levanta uma discussão importante sobre os efeitos do chamado “exposed” feito por influenciadores digitais. “É importante que essa repercussão sirva para alguns aprendizados, principalmente para influenciadores digitais […] e empresas também, que tentam fugir dessa exposição e, ao invés de resolver o problema efetivamente, colocam, tentando se blindar, a culpa nos trabalhadores. Então, que esse caso sirva de lição”, destacou.
O impacto emocional do episódio foi devastador para Jair, que compartilhou seu drama pessoal em entrevista ao programa “Tá na Hora”, do SBT. O ex-gerente revelou ter entrado em depressão, sido diagnosticado com três síndromes e precisou trancar a faculdade faltando apenas três meses para se formar. “Minha vida está virada, ainda não consegui absorver tudo isso”, disse, visivelmente abalado.
Jair ainda contesta a versão apresentada por Fábio de Melo e afirma que não houve qualquer interação entre os dois no momento do suposto atendimento. “Eu queria que ele explicasse por que fez isso comigo. Porque, como é visto nas câmeras de segurança, em momento algum eu falo com ele. Na verdade, quem questiona sobre esse doce de leite nem é o padre, é um cara bombadinho, bem fortinho, de regatinha vermelha. Ninguém chamou o padre. Não falei com ele nem ele falou comigo”, completou. “A ação cível contra o influenciador religioso já foi distribuída, e está em trâmite. Agora, será protocolada a ação trabalhista contra a empresa”, explicou o advogado.