Eles sentem (e muito): novo estudo mostra que estímulo anal dá mais prazer aos homens
Um novo estudo publicado na revista científica Sexual Medicine trouxe à tona dados inéditos sobre prazer sexual: homens cisgêneros têm mais probabilidade de alcançar o orgasmo apenas com a estimulação anal do que mulheres cisgêneras. Conduzida com base em um questionário online distribuído pela plataforma Qualtrics, a pesquisa foi revisada por especialistas do Cedars-Sinai Medical Center, nos Estados Unidos, e envolveu 498 mulheres e 466 homens, com idades entre 18 e mais de 60 anos.
O levantamento buscou preencher uma lacuna histórica na literatura científica, que até então focava os estudos sobre sexo anal quase exclusivamente nos riscos à saúde, como a transmissão do HIV, deixando de lado o aspecto do prazer. O estudo também se destaca por ter considerado uma variedade de orientações sexuais e por não se restringir apenas às vivências de mulheres heterossexuais ou de homens que fazem sexo com homens — grupo mais comumente abordado em estudos anteriores.
Homens bissexuais foram os mais propensos a relatar prazer em múltiplas regiões do reto, enquanto homens heterossexuais foram os que menos indicaram sensações prazerosas durante o sexo anal receptivo, o que reforça a ideia de que fatores culturais e tabus ainda influenciam fortemente a maneira como os homens héteros experienciam ou relatam o próprio prazer.
Entre as descobertas mais relevantes está a identificação da região anterior superficial do reto como a mais associada ao prazer, tanto para homens quanto para mulheres. Essa área fica próxima à próstata nos homens e a nervos sensíveis ligados ao clitóris nas mulheres. Os pesquisadores apontam que fatores anatômicos e neurológicos explicam essa sensibilidade — o que, no caso dos homens, ajuda a entender por que tantos relataram orgasmos com penetração anal isolada, sem estímulo em outras partes do corpo.
A pesquisa também revelou diferenças geracionais e de gênero: enquanto mulheres de meia-idade foram as que mais relataram ter praticado sexo anal receptivo, homens mais velhos foram os que menos o fizeram. Já entre os mais jovens, tanto homens quanto mulheres demonstraram maior abertura para essa prática e maior propensão a relatar prazer em múltiplas zonas retais. O estudo reforça que o prazer anal não só existe, como é mais comum do que se imagina — e aponta para a importância de se quebrar estigmas e ampliar o diálogo sobre saúde e prazer sexual em todas as suas formas.