Relacionamentos não monogâmicos são tão felizes quanto os monogâmicos, aponta estudo
Um novo estudo publicado na renomada The Journal of Sex Research revelou que relacionamentos monogâmicos e não monogâmicos oferecem níveis equivalentes de satisfação emocional e sexual. A pesquisa, intitulada “Combatendo o Mito da Monogamia-Superioridade”, analisou dados de 35 estudos realizados nos EUA e na Europa, envolvendo 24.489 pessoas, e concluiu que não há diferenças significativas na qualidade dos relacionamentos entre os dois modelos. O estudo, publicado em 24 de março, desafia a crença generalizada de que a monogamia seria intrinsecamente mais satisfatória.
De acordo com o autor principal, Joel Anderson, professor associado e pesquisador, a noção de que relacionamentos monogâmicos são mais estáveis, apaixonados ou confiáveis é um estereótipo cultural, muitas vezes reforçado pela mídia. “Nossas descobertas contrariam essa suposição, mostrando que pessoas em relacionamentos consensualmente não monogâmicos experimentam níveis de satisfação tão altos quanto aqueles em relacionamentos monogâmicos”, afirmou Anderson em entrevista ao The Independent. O estudo também destacou que a satisfação romântica e sexual impacta diretamente o bem-estar geral, independentemente da estrutura do relacionamento.
Enquanto a monogamia se refere a relacionamentos exclusivos em todos os aspectos, a não monogamia pode incluir relações abertas (exclusividade romântica, mas não sexual) ou poliamor (múltiplos vínculos afetivos e sexuais). Pesquisas anteriores, como um estudo de 2021 do Gay Therapy Center (EUA), já apontavam que cerca de 30% dos homens gays estão em relacionamentos não monogâmicos consensuais — um percentual maior que entre heterossexuais e lésbicas. Anderson ressaltou que a satisfação se mantém similar em todos os arranjos não monogâmicos, sejam abertos ou poliamorosos.
Apesar dos resultados, o pesquisador alerta para o estigma ainda enfrentado por quem opta por relacionamentos não monogâmicos. “Essas pessoas frequentemente lidam com discriminação, falta de reconhecimento legal e dificuldades no acesso a serviços de saúde adequados”, destacou. O estudo reforça a importância de desconstruir preconceitos e ampliar a discussão sobre diversidade afetiva, mostrando que o que define um relacionamento saudável não é sua estrutura, mas sim o respeito, a comunicação e o consentimento entre todos os envolvidos.