Lenda gay do metal relembra saída do armário em 1998 e celebra casamento após 35 anos de relação

Rob Halford, lendário vocalista do Judas Priest, voltou a refletir sobre o momento histórico em que decidiu se declarar gay publicamente. O episódio aconteceu em 1998, durante uma entrevista na MTV, quando o músico acabou revelando sua sexualidade de forma espontânea. Em participação recente no podcast Queer The Music, Halford contou que a revelação não foi planejada.

“Pareceu muito natural porque não foi premeditado. Eu não tinha acordado naquela manhã e dito: ‘Vou me assumir’. Foi apenas um fluxo puro de consciência, apenas falando, e então simplesmente entrou na conversa e foi isso”, relembrou. O cantor destacou que a repercussão foi imediata e positiva, mesmo em uma época em que os preconceitos eram ainda mais duros do que hoje. “Em poucos dias, minha caixa de correio estava lotada de pessoas do mundo todo dizendo: ‘Não acredito no que você fez. É uma coisa tão linda e poderosa, e por você ter feito isso, pude contar para minha mãe e meu pai que sou gay’”, revelou.

“O bem que surgiu daquele dia, não apenas dessa coisa de se libertar da prisão autoimposta, indo além disso, no panorama maior de alcançar pessoas que você provavelmente nunca conhecerá na vida, para receber cartas tão incrivelmente íntimas, pessoais e emocionais, foi tão profundo”, continuou ele.

Durante a entrevista, Halford também abriu o coração sobre sua vida amorosa. O cantor se casou no ano passado com Thomas, seu parceiro de longa data, após 35 anos de relacionamento. A cerimônia, segundo ele, foi “linda e simples”, realizada apenas com algumas testemunhas e um celebrante. “O comprometimento atinge outro nível quando você se casa. É uma coisa ótima de se fazer. E se não der certo, é a vida. Mas acho que depois de 35 anos juntos, está dando certo”, declarou, celebrando a união.

Ao revisitar os primeiros anos do Judas Priest, o artista não escondeu as dificuldades de viver enrustido. Halford contou que recorreu a substâncias para “anestesiar a dor” da rejeição e do medo de perder tudo caso fosse descoberto. “Foi difícil por muito tempo ter que viver uma vida dupla”, desabafou. Hoje, aos 73 anos, o “Metal God” não só se tornou um ícone da música pesada, mas também um símbolo de resistência e orgulho para a comunidade LGBTQIAPN+.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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