Entidade LGBT+ britânica desencoraja jovens a ‘saírem do armário’ durante quarentena
A entidade LGBT+ Albert Kennedy Trust (AKT) está desencorajando os jovens a se assumirem para suas famílias durante este período de quarentena.
“Você não pode prever como seus pais vão reagir. Eles, assim como você, estão sob forte estresse e podem não reagir de modo positivo. Estamos todos isolados, então estar em um lugar como as ruas é muito perigoso para uma pessoa jovem e vulnerável” disse Tim Sigsworth, CEO da AKT.
Em uma realidade não muito diferente da do Brasil, há relatos de que várias famílias estão expulsando jovens LGBTs no Reino Unido. Segundo Sigsworth, cerca de três quartos dos LGBTs que estão nas ruas foram rejeitados pela família.
Uma pesquisa encomendada pela própria AKT em parceria com a YouGov concluiu que um em cada dez adultos britânicos disse abertamente que se sente desconfortável caso descobrisse que seu filho saísse do armário. Um em cada cinco declararam que se preocupam em como a família reagiria se descobrissem que há uma criança LGBT+ como membro.
“Tivemos uma pessoa muito jovem no início da crise que estava hospedada em um hostel, mas depois começou a mostrar os sintomas e o hostel pediu para que ele saísse. Ele não tinha onde ficar e não tinha família; sua família o rejeitou. Ele não tinha trabalho, nem opções além da rua”, comenta Tim.
O ativista afirma também que, mesmo com tantas evoluções sociais relacionadas à comunidade LGBTQIA+, como o casamento gay, e categorizar como crime a transfobia, na prática, muitas família britânicas ainda não aceitam seus filhos LGBTs.
Algumas entidades trabalham com hotéis para conseguirem hospedar pessoas em situação de vulnerabilidade social. No entanto, o aviso da AKT é claro: “Fale com outra pessoa, pegue alguns conselhos. Pause por um minuto e olhe para a realidade da sua situação”.
