SP: Grupo de drag queens é barrado em shopping por conta de “maquiagem forte”

O que era para ser um alço rápido entre um grupo de nove amigas drag queens, virou caso de polícia em uma ida ao Shopping Center Penha, neste domingo (29/01), em São Paulo, na Zona Leste da cidade.

De acordo com o professor Paulo Sérgio Lima Viana, eles foram vestidos com as roupas do curso e maquiados porque seria um almoço rápido e porque precisavam devolver o teatro onde o curso era realizado, e ao chegarem no local, o grupo foi impedido pelo segurança, alegango que eles não podiam entrar usando “maquiagem forte”.

“Como pode impedir a entrada de pessoas maquiadas? Quantas mulheres ali estavam maquiadas?”, questionou. Logo em seguida, o gerente dos seguranças foi à porta do shopping e disse que eles não poderiam entrar porque era lei, afirma o grupo.

“Quando exigimos que ele mostrasse-nos a tal lei, ele argumentou sobre a proibição de capacetes e elementos que omitam o rosto, como máscaras. Em seguida, tentando se justificar dando exemplos, quis nos separar, deixar só as drags mais femininas entrarem, me olhou e disse que eu não entraria por ter bigode… Oi?”, diz post no Facebook.

Diante do impasse, eles chamaram a Polícia Militar e, pouco tempo depois, a entrada foi permitida. Ainda de acordo com o grupo, os policiais disseram que não se tratava de homofobia.

“Chegando, os políciais declararam imparcialidade, mas já começaram a abordagem dizendo ‘Nem tudo é homofobia!’ Às vezes o preconceito parte de nós mesmos’. E continuaram alegando que o estabelecimento não agiu por preconceito, mas sim por processos internos, coisa que nem eles, nem o segurança ou o gerente souberam citar, bem vago. Um dos policiais ainda nos aconselhou a não denunciar em uma delegacia de casos LGBTs, porque isso seria preconceito da nossa parte, como se fosse uma espécie de privilégio”, diz o texto.

A Polícia Militar, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que está analisando o fato. O caso foi registrado como desinteligência. Os integrantes do grupo, então, almoçaram no shopping, mas manifestaram constrangimento nas redes sociais. Eles pretendem registrar boletim de ocorrência.

Nota do Shopping Center Penha …

“Em relação ao ocorrido na tarde de ontem, 29/01, o Shopping Penha informa que:

Desde o início de sua operação, posiciona-se como um empreendimento voltado à comunidade, sem qualquer tipo de discriminação (por orientação sexual, social, racial, religiosa, política), e que está de portas abertas para receber seus visitantes.

O Shopping Penha lamenta e reforça que o ocorrido foi um fato isolado e não condiz com a política do empreendimento. A equipe de segurança já foi fortemente reorientada a fim de que atitudes como essa não ocorram novamente.

A Administração”.

Felipe Sousa

Felipe é redator do Pheeno! Focado em explorar cada vez mais a comunicação em tempos de redes sociais, o carioca de 25 anos divide seu tempo entre o trabalho e a faculdade de jornalismo, sempre deixando espaço para o melhor da noite carioca!

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