Professor dá aula vestido de drag queen para provocar reflexão sobre homofobia

Luis Lima, um professor de química em uma escola pública de João Pessoa, teve uma ideia maravilhosa para refletir com os alunos sobre a importância do combate à homofobia, nesta quarta-feira (17/05), data em que é celebrado o Dia Internacional de Combate à Homofobia. Conhecido artisticamente como Friday Manson, ele resolveu dar aula montado de drag queen!

“Desde que comecei a ensinar, há 7 anos, eu sou o professor que eu queria ter tido, principalmente como LGBT [Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros]. Enquanto estudante, eu achava que eu não podia ocupar alguns espaços e trilhar alguns caminhos porque a sociedade me dizia que aquele espaço não era próprio para quem é homossexual”, relatou Friday em entrevista ao G1.

Com apenas 25 anos, Friday tem licenciatura em Química e mestrado em Ensino de Química. Em sua dissertação, trabalhou o tema “Relações de Gênero na Ciência”, que despertou uma inquietação pela abordagem na escola. Drag há quase dois anos, ele viu na atividade uma forma de mostrar aos alunos que não existem limites para realizar um sonho.

“Não quero que meus alunos se sintam como eu me senti há muitos anos. Não achei que pudesse ocupar espaços ou ter um emprego ‘normal’ pelo fato de ser gay. Muitos LGBTs passam por isso na adolescência, desistem da escola, da faculdade, por não se sentirem amparados”, pontuou.

O objetivo da intervenção, realizada com permissão da direção, era promover uma reflexão com os alunos do ensino médio sobre como o ambiente escolar não deve reforçar as diferenças que existem fora da escola, mas sim desconstruí-las e reconhecer a diversidade.

Friday relatou que muitos alunos ficaram emocionados, mesmo sem serem da comunidade LGBT. Outros estudantes foram até ele para agradecer. “Um aluno disse que a perspectiva dele mudou muito, enquanto LGBT. Disse que eu sou um referencial positivo. Eu até chorei, porque a intenção é essa. Representatividade importa”, reforçou.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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