Um em cada quatro homens que fazem sexo com homens em SP é portador do HIV

Um a cada quatro homens que fazem sexo com homens no município de São Paulo tem HIV, revela pesquisa feita em 12 cidades brasileiras encomendada pelo Ministério da Saúde. Em 2011, outro estudo realizado no centro da capital havia apontado uma prevalência de 15% nesse grupo. Mas como envolveu metodologia diferente, não é possível comparar os dois trabalhos. Segundo o Ministério da Saúde, a prevalência do HIV na população geral é de 0,4%.

Publicada pela revista internacional Medicine, a nova pesquisa entrevistou 4.176 homens de 11 capitais e Brasília, de modo a representar todos os estratos sociais. Desses, 3.958 aceitaram fazer o teste do HIV, com 18,4% de resultados positivos. A pesquisa anterior, de 2009, com a mesma metodologia, encontrou prevalência de 12,1%. “É um número altíssimo. São vidas e vidas em risco”, diz Lígia Kerr, professora da Universidade Federal do Ceará (UFC) e que coordenou ambos os trabalhos.

No grupo entrevistado, 83,1% se declaram gays, 12,9% heterossexuais ou bissexuais e 4% outros. Do total, 75% transam só com homens. O estudo utilizou de uma metodologia americana que recruta pessoas-chaves (chamadas de sementes) para serem entrevistadas e testadas duas vezes. Essas, por sua vez, indicam outras pessoas com o mesmo perfil e assim por diante. Foram feitos dois testes do HIV, a maioria em unidades de saúde. Metade dos participantes foram testados pela primeira vez na vida.

A pesquisa ainda apontou que entre 15 e 19 anos, a taxa de soropositivos triplicou (de 2,4 para 6,7 casos por 10 mil habitantes). Entre 20 e 24 anos, o índice dobrou (de 15,9 para 33,1 casos por 100 mil). Dados do Ministério da Saúde mostram que só 56,6% dos jovens entre 15 e 24 anos usam camisinha com parceiros eventuais.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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