Ministério Público pede a Netflix que “Super Drags” não entre em catálogo infantil

O Ministério Público Federal de Minas Gerais pediu nesta quinta (26/07) à Netflix que a animação adulta “Super Drags”, protagonizada por super-heroínas drag queens, seja disponibilizada exclusivamente no catálogo geral da plataforma, e não no menu destinado ao público infantil.

O lançamento da série foi anunciado em 31 de maio e ganhou destaque após a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) emitir um comunicado pedindo o cancelamento da atração por ser inadequada a crianças. Em nota, o Ministério Público afirma que o procurador da República Fernando de Almeida Martins, autor da recomendação, diz “que é necessária a intervenção do poder público para preservar os direitos das crianças, mais propensas a serem influenciadas, principalmente quando se trata do uso de uma linguagem que é, essencialmente, do universo infantil —como é o caso dos desenhos”.

O MPF destaca ainda que que “vários estudos internacionais importantes comprovam os efeitos nocivos, entre crianças e adolescentes, desse tipo de exposição” . “É preciso lembrar que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece o respeito à integridade, inclusive com relação aos valores”, escreve Fernando de Almeida Martins, frisando a responsabilidade da Netflix de fornecer a classificação indicativa de todas as suas obras audiovisuais. O Ministério Público deu prazo de 30 dias para que a Netflix cumpra a recomendação.

O grande problema da recomendação do MPF e de todo o movimento em torno da série, que vem unindo vozes conservadoras e ganhando coro nas redes sociais, é que “Super Drags”, produzida pelo estúdio brasileiro Combo, em nenhum momento foi sequer cogitada a entrar no canal infantil da plataforma. A animação é voltada ao público adulto.

Comunicado da Netflix

“A Netflix oferece uma grande variedade de conteúdos para todos os gostos e preferências. ‘Super Drags’ é uma série de animação para uma audiência adulta e não estará disponível na plataforma infantil [Netflix Kids]. A seção dedicada às crianças combinada com o recurso de controlar o acesso aos nossos títulos faz com que pais confiem em nosso serviço como um espaço seguro e apropriado para os seus filhos. As crianças podem acessar apenas o nosso catálogo infantil e colocamos o controle nas mãos dos pais sobre quando e a que tipo de conteúdo seus filhos podem assistir.”

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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