Ministro do STF manda arquivar investigação de Bolsonaro no caso Marielle
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decidiu pelo arquivamento de dois pedidos para que o presidente Jair Bolsonaro e o filho Carlos Bolsonaro, vereador do Rio, respondessem por obstrução de justiça na investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco.
Moraes considerou que a Procuradoria Geral da República, órgão responsável por decidir sobre andamento de processos, entendeu que não há elementos a serem apurados. Os pedidos de investigação foram apresentados por integrantes do PT e pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI), para que o presidente e o filho fossem investigados pelo acesso a dados da portaria do condomínio onde os dois têm casa, no Rio de Janeiro. As solicitações se basearam em reportagem do Jornal Nacional que revelou o depoimento de um porteiro do condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca.
O porteiro afirmou, ao prestar depoimento, que em 14 de março de 2018, dia do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, Élcio Queiroz, um dos acusados do crime, entrou no condomínio dizendo que iria à casa 58. O imóvel é onde morava o então deputado federal Jair Bolsonaro. O porteiro disse ainda que ligou para a casa 58 duas vezes e que a autorização para a entrada de Queiroz no condomínio veio de alguém cuja voz, segundo ele, era a do “seu Jair”.
Ainda de acordo com o porteiro, Queiroz acabou não indo para o imóvel 58. A reportagem apontou que Bolsonaro não estava no local no momento em que a visita aconteceu, mas sim em Brasília.