Fiocruz obtém sucesso no combate ao novo coronavírus testando medicamento contra HIV

Segundo pesquisadores da Fiocruz, remédio que apresenta poucos efeitos colaterais e já é usado no combate ao HIV, teria diminuído replicação do Sars-CoV-2 em fase de testes experimental.

O remédio ‘atazanavir’, usado no tratamento de pacientes com AIDS desde 2003, se mostrou muito eficaz na redução da velocidade de replicação do novo coronavírus. Um grupo de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) comprovou que o medicamento é capaz de reduzir em até 100 vezes a velocidade de replicação do Sars-CoV-2.

Por ser uma droga potencialmente menos tóxica do que, por exemplo, a ‘cloroquina’ que também atua sobre a multiplicação do vírus nas células, os pesquisadores acreditam que o ‘atazanavir’ possa ter uma melhor aceitação nos pacientes com Covid-19, visto seu histórico de uso na luta contra o HIV.

Contudo, estes estudos foram feitos em fase experimental e não significa que a ‘atazanavir’ poderá ser imediatamente implementada no tratamento contra o novo coronavírus. Porém, aponta sinais de que o medicamento merece ser testado em estudos mais amplos. Em tese, este remédio também poderia reduzir a inflamação generalizada nos casos mais graves de Covid-19.

Mas os pesquisadores ainda não sabem se o efeito contra a inflamação se deve à redução da quantidade de vírus ou se o medicamento é mesmo anti-inflamatório. A primeira opção é considerada a mais provável, isto é, que a produção de substâncias inflamatórias pelas células humanas tratadas seja menor porque a carga de vírus foi reduzida.

Enquanto a ‘cloroquina’ pode afetar coração, olhos e neurônios, o ‘atazanavir’ é administrado em pacientes infectados pelo HIV, sem demonstrar efeitos colaterais com a mesma toxicidade. “Com nosso estudo queremos chamar a atenção da comunidade científica de que há uma droga interessante para ser testada”, diz Thiago Moreno Souza, do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS), do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

Se comprovado por mais estudos, o tratamento com o ‘atazanovir’ seria para pacientes que desenvolveram pneumonia, mas não estão na fase mais grave da doença, quando há uma reação inflamatória generalizada. Este medicamento impediria justamente que esse processo inflamatório fosse iniciado, uma vez que a droga reduz a multiplicação do vírus. “Não se trata de uma opção de profilaxia, mas de uma potencial possibilidade de tratamento”, explica Thiago.

Devido à urgência em meio à pandemia, o resultado dos testes experimentais foi publicado num estudo na revista científica bioRxiv mesmo sem ainda ter passado por revisão por pares, como tem acontecido com a maioria dos estudos sobre a Covid 19. Nos testes, o ‘atazanovir’ demonstrou uma eficácia melhor ou igual à ‘cloroquina’, com a vantagem de ser considerada bem menos tóxica para o organismo.

Vino

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Arquiteto, DJ, VJ, Produtor de Eventos e redator colaborador de conteúdos sobre diversidade LGBTI+ do portal Pheeno.com.br! #MandaAssunto

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