Juiz se nega a realizar casamento lésbico e afirma: “Prefiro a lei de Deus”
Foto: Freepik
Era para ser a realização de um sonho para o casal de lésbicas Julieth del Carmen Ramos Rivera e Alejandra Guskary Vásquez Santiago, mas o casamento das duas foi interrompido depois que o magistrado Ramiro Eliseo Torres, da Décima Corte Civil de Cartagena, Colômbia, se negou a realizar o matrimônio.
Apesar de o casamento igualitário ser permitido por lei na Colômbia desde 2016, Torres resolveu ignorar o direito de Julieth e Alejandra, se valendo da constituição e de suas crenças religiosas para dizer que sua decisão “não se trata de discriminação”. “Viola minha moral cristã e meus princípios essenciais”, afirmou ele. Por conta disso, o casamento teve que ser adiado.
Em carta enviada aos tribunais superiores, Torres firma que, apesar de haver uma lei permitindo o matrimônio igualitário, o preâmbulo da constituição da Colômbia invoca a proteção de Deus, e alegou que “os servidores públicos devem cumprir e defender a Constituição”. “É preciso conhecer a Deus para conhecer a dimensão do juramento que se faz no momento da posse como servidor público. Não se trata de discriminação, e sim de compreensão das regras que nos governam. Prefiro a lei de Deus”, finalizou.