Padre de São Paulo é acusado de violência sexual e promover orgias gays em dependências da casa paroquial

Um padre de São Paulo vem sendo acusado promover orgias gays dentro do espaço da tradicional Paróquia Monte Serrat, no Largo da Batata. É o que garante reportagem exclusiva da Isto É. Segundo a revista, o autor da denuncia é Elissandro Dias Nazaré de Siqueira, de 24 anos, que alega ter sido violentado pelo padre Bartolomeu da Silva Paz nas dependências da casa paroquial, quando ainda era menor de idade.

Os detalhes das festas regadas a sexo, música e bebida alcoólica que invadiam a casa paroquial constam nos autos de um processo judicial que tramita desde maio na Vara Civil do Estado de São Paulo. Os homens que o religioso convidava para as festas, musculosos e bastante jovens, faziam até uso da piscina do local, como mostram fotografias anexadas ao processo. Segundo o autor da ação, foi em um dos quartos da Associação Cultural e Beneficente para o Bem-Estar do Idoso, ligada à igreja e presidida pelo padre, que ele acordou, em uma das vezes que ele diz ter sido violentado pelo padre Bartolomeu, “com dores na região do ânus e com a cueca sanguinolenta”.

A ação é assinada pelos advogados Maristela Basso e Guilherme Dudus, e tem mais de 700 páginas. Nela, a vítima pede indenização de R$ 5 milhões por danos morais a ser paga pelo padre e toda a cúpula da Igreja Católica no Estado de São Paulo. Também são acusados na ação o Cardeal Dom Odilo Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo; Dom Eduardo Vieira dos Santos, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo; Dom José Roberto Fortes Palau, bispo de Limeira (SP) e o padre Adauto Pereira de Castro. Este último teria tentado violentar Elissandro Siqueira, mas o ato não foi completado. Já o cardeal e os bispos teriam atuado para proteger o padre Bartolomeu, segundo alega a vítima, que os acusa de omissão. Dom Odilo nega todas as acusações em nome dele e dos representantes da Arquidiocese.

A ação é composta por anexos com fotografias do padre Bartolomeu nas festas. Há ainda áudios trocados entre o padre e a suposta vítima. Somente há algumas semanas a defesa de Siqueira soube que a arquidiocese editou um decreto em que determina a suspensão do ministério sacerdotal do padre Bartolomeu pelo período de três anos. Na prática, não há nova punição, já que ele não celebrava mais missas desde que os escândalos sexuais começaram. No documento, assinado em 11 de março de 2020, Scherer alega que não foram comprovados “delitos de abuso sexual contra menor de idade, nem delito perpetrado com ameaças ou violência” cometido pelo padre.

O decreto determina ainda que Bartolomeu “seja recolhido, ao menos por um ano, em uma instituição de ajuda a sacerdotes, a ser indicada pela Arquidiocese de São Paulo”. Durante o período da “pena”, o padre terá de ter, segundo o documento, acompanhamento psicológico e de um sacerdote, ambos indicados e “de confiança” da Arquidiocese. O arcebispo também afastou o padre Bartolomeu da direção e administração da associação para o bem-estar do idoso, onde teriam ocorrido os atos.

Enquanto aguarda uma decisão de Justiça, Elissandro Siqueira vive em uma chácara, em São Paulo. Siqueira afirma que não manteve um relacionamento amoroso com o padre. Disse que em todas as vezes que mantiveram relações foi devido a ameaças que sofria. “Ele ficava me ameaçando de morte. Ele tinha uma arma, ele me ameaçava. Ele escondia a arma no guarda-roupa dele, e falava que se eu dissesse alguma coisa ele ia matar a minha família. Eu tinha medo. Eu nunca quis estar com ele”, disse. Por conta do crime, Elissandro diz sofrer com síndrome do pânico e que já tentou tirar a própria vida.

Felipe Sousa

Felipe é redator do Pheeno! Focado em explorar cada vez mais a comunicação em tempos de redes sociais, o carioca de 25 anos divide seu tempo entre o trabalho e a faculdade de jornalismo, sempre deixando espaço para o melhor da noite carioca!

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