Igreja Católica paga indenização recorde de R$ 6,5 milhões a vítima de pedofilia: “Me sinto vingado e ouvido”

Vítima de abuso sexual por parte de um padre, um homem de 58 anos cuja identidade não foi revelada vai receber uma indenização de 1,5 milhão de dólares australianos (cerca de 6,5 milhões de reais) da Igreja Católica da Austrália. O valor recorde é o maior já pago pela Igreja australiana em casos de abuso sexual cometidos por sacerdotes, e um dos maiores da história da Igreja Católica.

O rapaz foi vítima do padre Gerald Ridsdale, que abusou de 65 crianças ao longo de 30 anos, e dos professores Leo Fitzgerald e Stephen Farrell, na Escola Primária de Meninos Irmãos Cristãos St. Alipius em Ballarat, no estado de Victoria, entre 1971 e 1973. A informação foi divulgada neste domingo (11/04) pela imprensa australiana, que revela que o acordo foi fechado na última sexta-feira (09/04), véspera de o caso ir a julgamento. O crime ocorreu na época em que Ridsdale era sacerdote da Diocese de Ballarat e vivia no presbitério próximo à escola, além de ser capelão da instituição. “Eu me sinto vingado e ouvido. A Igreja assumiu a responsabilidade pelo que fizeram comigo. Não consigo apagar a memória, mas posso seguir em frente”, comentou a vítima em breve declaração a uma rede de jornais australiana.

Em 2015, a vítima prestou depoimento à comissão real de abuso sexual infantil institucional, sob o pseudônimo de BAQ. Na ocasião, ele contou sobre ter sido abusado por Ridsdale no presbitério, sobre ser atacado por Farrell durante uma pescaria escolar e sobre seu terror enquanto esperava Fitzgerald decidir qual garoto ele abusaria na parte de trás da sala de aula.

Ridsdale está na prisão desde 1994, quando foi condenado por vários crimes de pedofilia. Ele se declarou culpado de pelo menos cinco acusações por abuso de menores entre 1961 e 1988, enquanto era sacerdote no sul da Austrália. As autoridades, inclusive, descobriram que o religioso fazia parte de uma rede de pedofilia em Ballarat, na década de 1970.

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Felipe Sousa

Felipe é redator do Pheeno! Focado em explorar cada vez mais a comunicação em tempos de redes sociais, o carioca de 25 anos divide seu tempo entre o trabalho e a faculdade de jornalismo, sempre deixando espaço para o melhor da noite carioca!

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