Dentista vítima de homofobia em fila de vacina contra Covid é encontrado morto no MS

Foi encontrado morto na manhã desta quinta-feira (14/10), em Campo Grande (MS), em sua casa no bairro Rita Vieira, o cirurgião dentista Gustavo Lima, de 27 anos. O rapaz, que lutava há anos contra a depressão, recentemente foi vítima de homofobia em um posto de vacinação da cidade. A causa da morte não foi divulgada.

Formado pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Gustavo era residente na Unidade Básica de Saúde do Coophavilla II e atuava também como voluntário em pontos de imunização contra a Covid-19 do município. Em 21 de agosto deste ano, uma mulher recusou o atendimento dele e teria dito que a filha adolescente não seria vacinada “por esse tipo de gente: um viado”. O caso homofóbico ganhando a mídia e chamou atenção de todo o país. Na época, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) manifestou repúdio e instaurou uma sindicância para apurar o caso. Em entrevista ao G1, o dentista chegou a afirmar que a situação o “entristeceu demais”. Conforme Adriano Lima, de 34 anos, irmão de Gustavo, após o episódio o jovem passou a tomar mais medicamentos.

Aquilo deu uma reviravolta maior na vida dele, começou a tomar mais remédios, se sentiu muito triste. Mas ele sempre foi alguém que batalhou muito na vida, que lutou por muita gente. Por isso, ele voltou a trabalhar, voltou a vacinar, voltou a estudar e buscou forças para seguir em frente”, afirmou Adriano ao Campo Grande News. “Perdi a minha vida, perdi tudo o que eu tinha. Se alguém tivesse a oportunidade de ter um irmão como ele… queria que todo mundo tivesse um pouco do Gustavo”, lamentou. “Infelizmente, ele não resistiu. O que fica é o melhor irmão, um grande amigo, um grande profissional e um orgulho para a família”.

A investigação por crime de homofobia contra Gustavo continua em andamento. Segundo informações concedidas pelo delegado Ricardo Meirelles Bernardinelli ao Campo Grande News, está se “afunilando a lista” para chegar à autoria das ofensas contra o rapaz.

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Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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