Entidade ajuíza ação contra Flamengo pela ausência do camisa 24 na Copa São Paulo de Juniores
O Grupo Arco-Íris, que representa a comunidade LGBTQIA+ no Rio, interpelou judicialmente o Flamengo pela ausência de jogador com a camisa 24 na lista de 31 nomes que vão defender o Rubro-Negro na Copa São Paulo de Juniores, entre 2 e 11 de janeiro, nesse Estado. A ação foi protocolada na terça (21/12) na 25ª Vara Cível do Rio.
A entidade indagou o clube carioca se existe algum tipo de recomendação por parte da Federação Paulista de Futebol – organizadora do campeonato –, da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) ou da Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa) para a exclusão do número 24. Para a direção do Arco-Íris há uma clara manifestação homofóbica no ato do Flamengo.
No documento, o grupo destacou as estatísticas de crimes de homofobia registrados no Brasil nos últimos anos. “O Flamengo, como um dos maiores clubes do País, deveria ter uma responsabilidade social na luta contra a homofobia e agir de forma menos machista e preconceituosa. Nem toda homofobia é explícita. A imagem que fica marcada não é a de um eventual dirigente ou atleta supostamente homofóbico, mas de um clube”, disse Cláudio Nascimento, coordenador do Grupo Arco-Íris.
O Rubro-Negro fez o mesmo que a CBF recentemente, quando pulou o número 24 no uniforme dos inscritos para a Copa América realizada no País. “Dependendo da resposta do clube, vamos reportar o caso à Comissão de Ética da Fifa. Além do mais, não se trata apenas de um campeonato esportivo, e sim de um evento que reúne adolescentes, jovens. O que estaremos ensinando a essa juventude se o preconceito continuar enraizado no futebol?”, questionou Carlos Nicodemos, advogado que assessora o Arco-Íris.