Estudante recebe carta com ameaças de morte e frases homofóbicas dentro de universidade de Mato Grosso

Um estudante de direito da União das Faculdades Católicas de Mato Grosso (Unifacc) denunciou à Polícia Civil que recebeu ameaças de morte e sofreu homofobia por meio de uma carta, dentro da instituição, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. Um boletim de ocorrência foi registrado pela vítima, de 32 anos, nesta quinta-feira (20/10), dois dias depois do ocorrido.
Ao G1, o estudante contou que uma de suas apostilas sumiu e, quando reapareceu, estava repleta de desenhos de cunho sexual e frases homofóbicas. Além disso, dentro do caderno havia uma carta contendo mais ameaças de morte, além de dados pessoais dele, como RG, CPF, nome dos pais – já falecidos – e o endereço dele, bem como mensagens relacionadas ao suposto posicionamento político dele. O texto diz que homossexuais seriam uma raça a ser extinta, um por um, e que ele seria um “petista vagabundo”. Logo no início do texto, está escrito: “Aqui, gente assim tem que morrer e é o que vai acontecer com você”. Depois de inúmeras ofensas, o texto termina dizendo “se mate, antes, e faça um favor para todos, mas, se não fizer, faremos por você. O aviso está dado”.
Natural de Jundiaí (SP), estudante, que preferiu não ter o nome divulgado, contou que se mudou para Mato Grosso há 10 meses. “Eu saí da minha cidade e me mudei na expectativa de mudar de vida. Agora, com tudo isso, fiquei desolado e estou com medo de sair na porta de casa. É uma situação triste. Esse tipo de posicionamento político e ter uma sexualidade me torna uma ameaça de morte. Eu não consigo acreditar. É revoltante”, desabafou. “Vim atrás de algo melhor para minha vida, mas agora quero voltar para São Paulo. Não quero correr o risco de saber se vai dar em alguma coisa ou não.“
Em nota, a Unifacc-MT informou que repudia a situação e que vai continuar investigando internamente o fato, se coloca à disposição das autoridades para colaborar e contribuir para que os responsáveis pelo ato sejam punidos. A instituição informou ao G1, por telefone, que investiga o caso, mas sob sigilo em respeito ao estudante. Segundo o rapaz, a universidade tem prestado apoio psicológico a ele.
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