Levantamento inédito aponta que 19 milhões de brasileiros declaram-se LGBTQIA+

Um mapeamento feito pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a Universidade de São Paulo (USP), publicado na revista científica ‘Nature Scientific Reports’, apontou que 12% das pessoas adultas do Brasil se declaram assexuais, lésbicas, gays, bissexuais e transgênero. O percentual corresponde a 19 milhões de brasileiros, segundo os dados populacionais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

Foram entrevistadas 6 mil pessoas maiores de 18 anos, em 129 cidades, nas cinco regiões do Brasil. Os questionários foram aplicados pelo Instituto Datafolha entre novembro e dezembro de 2018. Entre o total de 12%, pouco mais de 5% são assexuais , 2,12% são bissexuais , 1,37% é gay, 0,93% lésbica , 0,68% é  transgênero e 1,18% são de pessoas não-binárias.  A pesquisa fez o mapeamento a partir de uma amostra representativa da população, similar ao método utilizado nas pesquisas eleitorais, por exemplo. 

De acordo com o psiquiatra Giancarlo Spizzirri, da Faculdade de Medicina da USP e principal autor do artigo, esta é a primeira vez que um levantamento como este é feito em um país latino-americano. Ele reforça que o trabalho ajuda a tirar a população LGBT+ da invisibilidade e, por se tratar de um estudo no campo da saúde, contribui para que sejam pensadas políticas públicas voltadas para esses grupos. “Eu pensava que a gente encontraria mais pessoas com diversidade sexual de gênero nas capitais, e não foi o que ocorreu. A distribuição foi igualitária, tanto nas capitais quanto no interior e em todas as regiões do Brasil, praticamente. Ou seja, as políticas têm que abranger todas as regiões e não só nas cidades, como também no interior“, explicou Spizzirri.

Os resultados batem de frente com a pesquisa do próprio IBGE, de maio de 2019. Na ocasião, o resultado mostrou que 1,2% dos brasileiros, ou 1,8 milhão, declara-se gay; e, 0,7%, ou 1,1 milhão, declara-se bissexual. Neste caso, no entanto, não foram pesquisados dados sobre aspectos de identidade de gênero, o que envolve categorias como pessoas trans e não-binárias. Também não foram levantadas informações sobre outros comportamentos sexuais, como a assexualidade.

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Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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