Edir Macedo é alvo de notícia-crime após discurso homofóbico durante mensagem natalina na Record

Aliança Nacional LGBTI+ e a ABRAFAH (Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas) protocolaram uma notícia-crime contra Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus e dono da Record TV, por um discurso de teor homofóbico que proferiu na véspera do Natal (24/12) em seu canal de televisão.

Na ocasião, Edir afirma que gays, lésbicas e bandidos seriam pessoas que nasceram boas, mas que foram corrompidas pelo mundo. “Você não nasceu mau. Ninguém nasce mau. Ninguém nasce ladrão, ninguém nasce bandido, ninguém homosexual ou lésbica…ninguém nasce mau”, disse o religioso. “Ninguém nasce mau, todo mundo nasce perfeito com a sua inocência, porém, o mundo faz das pessoas aquilo que elas são quando elas aderem ao mundo”, completa ele.

Coordenadora da área jurídica das instituições denunciantes, Amanda Souto diz que “é especialmente perverso usar um dos maiores canais de TV do país, em horário nobre, durante uma das principais datas comemorativas do país, para propagar o ódio“. “Como o crime é de abrangência nacional, acionamos o Geacri, que tem trabalhado de maneira eficiente nesse tipo de caso. Um deputado e um vereador do interior de Goiás já foram indiciados por crime de homofobia com apoio do Grupo“,  explicou a advogada.

A advogada informou que as instituições vão protocolar ainda nesta segunda-feira uma ação civil pública junto à Justiça Federal do Rio Grande do Sul, solicitando indenização por danos morais coletivos. Para Toni Reis, presidente dos dois órgãos, “comparar homossexualidade a ser bandido é um discurso de ódio e não podemos tolerar isso. Que Macedo responda na forma da lei”.

Vale ressaltar que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, em 2019, que casos de homofobia e transfobia se aplicavam na lei que trata do racismo, fazendo, assim, com que a homofobia seja considerada crime. Como prevê o artigo 20 da Lei do Racismo, a pena para este crime é de um a três anos de reclusão, podendo chegar a cinco anos se houver divulgação do ato homofóbico em meios de comunicação, como redes sociais, e multa para quem cometer essa conduta.

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Felipe Sousa

Felipe é redator do Pheeno! Focado em explorar cada vez mais a comunicação em tempos de redes sociais, o carioca de 25 anos divide seu tempo entre o trabalho e a faculdade de jornalismo, sempre deixando espaço para o melhor da noite carioca!

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