Nos EUA, lutadores de MMA se oferecem para proteger drags após episódios de homofobia e ameaças
Nos EUA, um grupo de lutadores de MMA está se oferecendo para sair do octógono a fim de proteger drag queens de homofóbicos em eventos públicos de drag. Um drag brunch, que aconteceria no restaurante local Primantis Bros., em Wheeling, foi cancelado pelos promotores, no dia 10 de fevereiro, após uma série de ameaças contra o restaurante, artistas e até clientes.
Em resposta ao cancelamento, o proprietário do Ohio Valley MMA, Johnny Haught, se ofereceu e também alguns de seus lutadores para trabalhar como segurança caso o evento fosse remarcado. “Tenho certeza de que podemos garantir que o evento permaneça seguro”, escreveu ele no Facebook. “Nós odiamos valentões por aqui”, completou ele. Em entrevista ao portal Pink News, Johnny conta que se ofereceu para atuar como segurança porque apóia “qualquer tipo de expressão e liberdade”. “Além disso, os shows de drag são alguns dos shows mais divertidos de todos os tempos”, diz ele.
Ao portal, Johnny ressalta que “a ignorância é o único motivador” para o ódio contra shows de drag e como isso se tornou um alvo político entre os republicanos nos Estados Unidos. “As pessoas que lutam contra nunca foram a um show de drag. Eles não têm um quadro de referência para o que é”, opina o lutador. “Eles não entendem que é apenas uma performance de uma forma de arte“, explica Johnny. Diante das ameaças e tentativas de aprovar projetos de lei anti-drag queens nos EUA, ele diz que as pessoas “realmente precisam intensificar” – principalmente os aliados LGBTQIA+. “Deixe essas bocas odiosas e barulhentas saberem que não são a maioria e não vamos mais ficar calados sobre o ódio.”
Os shows de drags têm se tornado cada vez mais alvos políticos dos republicanos nos EUA. Na Virgínia Ocidental, por exemplo, um projeto de lei apresentado ao senado estadual em janeiro visa proibir “qualquer exposição, performance ou exibição de travesti e/ou transgênero para menores de idade“. Já o Tennessee, na semana passada, se tornou o primeiro estado norte-americano a aprovar uma lei de proibição contra drag. O objetivo do projeto é impedir que “negócios voltados para adultos” operem a menos de 300 metros de escolas, parques públicos ou locais de culto.