MP aceita denúncia de ativista sobre cabeleireiro: ‘Não contrato preto, gorda e viado’

O ativista influenciador digital Antônio Isuperio, denunciou ao Ministério Público um empresário de São Paulo por racismo, homofobia e injúria racial após ele ofender negros, pessoas gordas, gays, feministas e petistas e por ter rido disso em áudios que circularam nas redes sociais, no início deste ano: “Eu não contrato preto, gorda e viado, diz Diego Beserra Ernesto, que comanda um salão de cabeleireiros em Perdizes.

Os áudios foram gravados por Diego em 12 de janeiro e enviadas a um colega negro, Jeferson Dornelas, que pagava um aluguel ao proprietário para usar uma cadeira do espaço para trabalhar no mesmo local, mas atendendo suas próprias clientes. Os dois conversavam sobre uma mulher negra, Ana Carolina Alves de Souza, que Jeferson queria contratar como auxiliar.

Jeferson à moça que recebeu o seguinte áudio do dono do lugar: “Eu não contrato gordo, eu não contrato petista, eu não contrato preto. Mas no caso do preto, por quê? Porque alguns se fazem vítimas da sociedade. No caso dali, a mulher, tem duas coisas, mano: gorda e preta. Ela não cuida nem do próprio corpo, entendeu? Como é que vai ter responsabilidade na vida? Não tem”.

As ofensas continuam em outros áudios e homossexuais também foram alvo de Diego, que riu ao enfatizar sua aversão a eles em mais um áudio: “Esqueci de falar, mano. Não contrato mais vi4do [risada]. Principalmente vi4do. Vi4do… mas nem fud***. Não contrato mais. Só se a pessoa estiver mentindo, tá ligado?!”

Jeferson desistiu de alugar a cadeira no salão após as declarações preconceituosas de Diego. Os áudios foram revelados pelo ativista Isuperio na página dele e dos Jornalistas Livres, nas redes sociais. Ele encaminhou a denúncia também ao Ministério Público que só agora efetivou e deu prosseguimento no processo.

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