Mulher investigada por agressão e injúria a entregadores no RJ alega homofobia e nega racismo

Sandra Mathias Correia de Sá, a mulher que agrediu dois entregadores negros em São Conrado, Zona Sul do Rio, prestou depoimento à Polícia Civil do Rio de Janeiro, na 15ª DP (Gávea), nesta segunda-feira (17/04). À polícia, ela disse que foi vítima de homofobia por parte de Max Angelo e Viviane Maria Teixeira, negou as acusações de racismo e disse que usou a guia da coleira para “se defender” de Max.

Conforme depoimento de Sandra, obtido pelo G1, a confusão teria começado em 4 de abril, cinco dias antes dela ser flagrada por uma câmera de segurança dando socos, pontapés e chicotadas nos trabalhadores. A professora de vôlei relatou que sentiu-se desrespeitada quando o entregador Max passou de bicicleta perto dela na calçada, onde os trabalhadores se reúnem, ao lado do prédio dela. Sandra, então, teria se dirigido ao estabelecimento onde Max trabalha e requisitado um número de telefone para fazer uma reclamação. Enquanto fazia a ligação, que não foi atendida, o entregador teria dito “palavras homofóbicas e provocativas”.

A esportista conta que, cinco dias depois, em 9 de julho, teria apenas reagido às ofensas supostamente proferidas pelos entregadores. Acrescenta que as agressões seriam motivadas pelas reclamações feitas por ela sobre a bagunça na região e por já ter acionado a Guarda Municipal diversas vezes. Sandra também alegou que decidiu desferir um soco em Viviane após ter sido ofendida. Conta que a entregadora teria dado chutes nela enquanto Max a segurava. A ex-atleta, naquele momento, teria caído da escada e agarrado a perna da mulher. Para se “defender da covardia”, a nutricionista recorreu à guia da cachorra para golpear a dupla.

Sandra havia adiado a data de seu depoimento, marcado inicialmente para a semana passada. Segundo o G1, a ex-atleta prestou depoimento por três horas. Acompanhada do advogado, ela não quis falar com a imprensa. Segundo Roberto Duarte Butter, responsável pela defesa de Sandra, ela não poderia comentar sobre as acusações porque as investigações estariam sob sigilo. A delegada Bianca Lima, titular da 15ª DP (Gávea), desmentiu a informação. A Polícia Civil já ouviu uma testemunha e intimou outras três pessoas que presenciaram as agressões. O inquérito apura os crimes de injúria e lesão corporal, com pena de até 5 anos de prisão.

VEJA + NO PHEENO TV

Felipe Sousa

Felipe é redator do Pheeno! Focado em explorar cada vez mais a comunicação em tempos de redes sociais, o carioca de 25 anos divide seu tempo entre o trabalho e a faculdade de jornalismo, sempre deixando espaço para o melhor da noite carioca!

Você vai curtir!