Médico levanta debate sobre divulgação de vídeos de “pegação” e “banheirão” sem autorização

Registros de flagras de pegações entre homens em públicos não são incomuns. Uma rápida busca no Google mostra que casos assim acabam causando grande repercussão nas plataformas digitais, por serem considerados entretenimento. No entanto, vale lembrar que, assim como “praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público” é crime, que pode ser punido com multa ou detenção, “produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos participantes” também pode ser dessa forma classificado, segundo Código Penal

Não é novidade alguma que a vida sexual alheia engaja, mas ao compartilhar materiais não autorizados é preciso pensar nas consequências para quem aparece (sem saber) neles. “Isso pode destruir a vida de uma pessoa. Sabemos o quanto a sociedade é hipócrita e cruel“, ressalta o médico infectologista dedicado ao estudo da população LGBTQIA+, Vinícius Borges. Conhecido nas redes como @DoutorMaravilha, Vinícius usou o Twitter para lembrar que os efeitos dessa divulgação costumam ser nocivos aos envolvidos.

É errado? É. Deve ser feito? Não. Mas um erro não justifica outro“, pontua o médico. “Por um deslize de um minuto uma pessoa pode pagar pela vida inteira. Dependendo do trauma, pode querer tirar a própria vida. O debate aqui é sobre o direito sobre a própria imagem. Isso não pode ser banalizado“, explica ele. “Muitas vezes quem filma é quem mais gosta de ver. Tem fetiche. Filma tudo escondido, sem autorização, sem esconder rosto, pra divulgar nas suas redes e ganhar likes. Expondo intimidade alheia. Isso é perverso“.

Por fim, respondendo aos comentários de seguidores, Vinícius destaca o melhor a ser feito diante de situações de flagras em banheiros públicos: “Se você não gosta, chama o segurança, denuncia. Você tá no seu direito. Filmar sem falar nada só pra jogar na net depois é perversidade”.

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Felipe Sousa

Felipe é redator do Pheeno! Focado em explorar cada vez mais a comunicação em tempos de redes sociais, o carioca de 25 anos divide seu tempo entre o trabalho e a faculdade de jornalismo, sempre deixando espaço para o melhor da noite carioca!

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